Fechamento de bairros: Prefeitura testa proteção

Não é de hoje que se discute até que ponto alguém tem direito de fechar ruas ou bairros inteiros. Discussões que não levaram a soluções, ainda, e que incentivam outros bairros a fazerem o mesmo. São exemplos gritantes, que criam verdadeiros guetos de luxo. Para outros, é a prática aberta do apartheid.
No início da semana, a Prefeitura de Jundiaí começou um projeto-piloto no Jardim Brasil. Quer criar espaços para reorientar o tráfego de veículos em vias locais, para privilegiar o acesso de pedestres e ciclistas para garantir o caráter residencial.
“Estamos seguindo ainda os conceitos do atual Plano Diretor, que está sendo revisto e define as vias locais como acesso de moradores aos seus lotes e depois as vias arteriais como conexão com as vias coletoras de tráfego. É uma reorganização urbana, sem envolver muros, guaritas ou controle, que será avaliada e poderá depois ser replicada e descentralizada em outros bairros”, explica a secretária Daniela da Camara Sutti.
Uma parte das mudanças é feita em parceria com a iniciativa privada, que construiu uma torre de escritórios no bairro vizinho da Chácara Urbana em terreno que abrigava apenas uma residência, conhecida historicamente como a Mansão Rappa.
Os dois bairros, próximos ao Cemitério Nossa Senhora do Desterro, fazem parte da região central ampliada, que também vem recebendo outras intervenções como o Plano de Reabilitação do Centro Histórico e o Urbanismo Caminhável.
O que boa parte da população tem medo é que esses bairros se tornem fechados, a exemplo do que aconteceu no Jardim Ana Maria. Lá, ruas foram fechadas irregularmente e foi instalada guarita. No Jardim Novo Mundo, acontece a mesma coisa. E em outros lugares, loteamentos foram transformados em condomínios fechados, como o Jardim Tereza Cristina.