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quinta-feira, 18 abril, 2024

Onde está a crise?

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No feriado prolongado do fim de semana passado aconteceu exatamente o que estava previsto. As estradas ficaram entupidas de carros, faltou água em parte do litoral devido ao grande número de turistas e havia fila nas padarias e supermercados. Quem ficou, notou, ao passar pelas ruas, o inconfundível cheiro de churrasco vindo de muitas casas.
Qualquer governante, vendo e sabendo isso, se perguntaria: o que esse povo quer afinal? Falam que há uma crise, que falta dinheiro, e basta aparecer um feriado para esbanjar como nunca o escasso dinheiro.
A resposta a esse governante é simples: a turba nada mais é que um bando de irresponsáveis. Gasta o que não pode e depois pensa como fazer para pagar as contas. O Serasa divulgou na semana passada – isso é só um exemplo, mas sério – que 60% das famílias estão endividadas. Um número preocupante.
Vende-se menos, produz-se menos ainda, mas há venda de carros em suaves prestações. Há vendas de ingressos para shows milionários e caríssimos. Bebe-se como nunca. Viaja-se. Paga-se caríssimo por ter internet no celular e nele viver pendurado para se saber as últimas fofocas do Facebook.
Na semana que antecedeu o feriado eram cenas comuns nos supermercados as de gente enchendo o carrinho com bandejas de linguiça, asa de frango e um ou outro corte de carne bovina. Acompanhavam a orgia calórica o saco de carvão, o limão para a caipirinha, o litro de cachaça e alguns pets de cerveja barata.
Numa oficina mecânica, apareceu a família com o carro vazando água em plena sexta-feira, véspera de feriadão. Um crime vazar água num dia como esse. Aconselhado a trocar o radiador, o feliz futuro viajante alegou que não o faria devido ao custo – se trocasse a peça, não poderia viajar. O som do rádio invadiu a oficina – era perfeito em qualidade, mas péssimo em gosto musical.
Essa farra vai continuar em novembro, mês abençoado com dois feriadões- e por pouco seriam três não fosse o marechal Deodoro ter escolhido a data errada para proclamar a República e fazer feriado de domingo. Depois será dezembro, com as típicas orgias e hipocrisias natalinas.
Tudo é festa. O botão “F” está ligado. As dívidas ficam para o próximo ano quando tudo, graças a Deus, vai melhorar. Quando o Senhor proverá seus fiéis. Assim, nesse clima de “eu quero é rosetar”, outro bando, formado por raposas inescrupulosas, enche os bolsos à custa do alheio, porque em dia de festa- e são todos – ninguém quer pensar em problemas. Na hora do aperto, basta ir às igrejas e pedir um milagre. Às vezes dá certo.

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