O bloco carnavalesco Refogado do Sandi, que existe há 21 anos, será reconhecido como uma das maiores manifestações culturais de Jundiaí com o registro de patrimônio imaterial. Por meio de lei, jaá sancionada pelo prefeito Pedro Bigardi em setembro, serão regulamentados os registros de bens imateriais na política municipal de preservação do patrimônio histórico e cultural.
O vereador Rafael Purgato, que preside a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo da Câmara, é autor do projeto. Segundo ele, a lei garante a proteção ao patrimônio material, mas não faz menção ao patrimônio imaterial. “Com a nova lei vamos poder formalizar o registro de manifestações como o Refogado do Sandi, o Clube 28 e o Paulista Futebol Clube”, afirma.
Para a advogada Gisela Vieira, o registro vai perpetuar a história do maior bloco carnavalesco da cidade. “Nossa alegria é imensa ao ver o Refogado sendo reconhecido pelos poderes públicos e, principalmente, sendo abraçado por toda a região. O Refogado do Sandi é, sem dúvida, a maior manifestação cultural do Aglomerado Urbano”, afirma Gisela.
Gisela explica que o Refogado não tem fins lucrativos e por isso não é formalizado como entidade. “Nem temos CNPJ, porque era isso mesmo que o Erazê Martinho queria. O Refogado é uma manifestação livre, independente e desprendida. Nunca aceitamos patrocínio, justamente para que ele continue sendo uma manifestação puramente de tradição da cultura popular”.
Fundado em 1994 pelo publicitário e jornalista Erazê Martinho, o Bloco Refogado do Sandi fez seu primeiro desfile com 50 pessoas. “Foi um mico gostoso”, lembra a porta-bandeira vitalícia Rita Rodrigues. O bloco sai sempre na sexta-feira de Carnaval, com concentração em frente ao Gabinete Rui Barbosa, sempre às 16 horas em ponto, pegando todo o comércio da cidade aberto.