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sábado, 20 abril, 2024

Novos médicos não conseguem diagnosticar nada

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Recém-formados passaram por exame do Conselho – 78% não conseguiram diagnosticar doenças simples

Que o ensino está um lixo todo mundo já sabia. A esperança é que as faculdades de medicina pudessem mudar essa imagem, uma vez que forma profissionais que mexem diretamente com vidas. Não é bem isso. No último exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), de 60 a 78% dos recém-formados não conseguiram diagnosticar asma. E isso preocupa o conselho.
Moral da história: 48% dos médicos foram reprovados. Pior de tudo: essa reprovação não os impede de exercer a profissão, não é como o exame da OAB. A prova com 120 questões de múltipla escolha obteve índices de erro entre 60% e 78% em problemas como insuficiência renal crônica, hipertensão arterial e asma brônquica.
Os erros estão diretamente associados a falhas nas práticas de ensino e ao excesso de faculdades de medicina abertas no Estado, afirma o conselheiro corregedor Eduardo Luiz Bin, de Ribeirão Preto (SP) – cidade em que duas das três faculdades com alunos participantes na prova – USP e Unaerp – tiveram média de acertos igual ou acima de 60%.
O exame aplicado entre 2.726 alunos saídos de 30 cursos de medicina do Estado consistiu de 120 questões de múltipla escolha sobre clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde pública, saúde mental, bioética e ciências básicas.
Nos testes, 78% dos médicos não acertaram quando questionados sobre a manifestação laboratorial para insuficiência renal crônica. Também se destacaram números dos que não souberam identificar características de esquizofrenia – 73% -, transtorno bipolar – 72% -, asma brônquica em crianças – 64% – e tratamento do infarto agudo do miocárdio – 63%.
Segundo Luiz Bin, o desempenho dos alunos nessas questões está diretamente ligado à qualidade do aprendizado nas faculdades, cada vez mais numerosas no Estado diante de um número insuficiente de professores capacitados para a didática.
“Não existe a formação do professor da universidade, porque o doutorando, o mestrando demora tempo. Para se formar um professor de faculdade de medicina vai-se aí em torno de cinco a dez anos e as faculdades estão sendo abertas quase que mensalmente”, critica.

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