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quinta-feira, 28 março, 2024

O legado na Educação

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O novo secretário de Educação do Estado de São Paulo recebe um legado desastroso do titular anterior, que volta a sua origem sem deixar boa lembrança. José Renato Nalini, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, tem um fardo pesado pela frente. O primeiro item da herança é o aspecto emocional da categoria, que anda desanimada, sem perspectiva e sem autoestima profissional. Não é ouvida, não é atendida, não é considerada nestes últimos governos tucanos.
Outro aspecto é o autoritarismo, sendo as decisões tomadas no gabinete do secretário e impostas ao restante da rede. O cumpra-se sai do escaninho e vai para as diretorias de Ensino, meramente cumpridoras de ordens que seguem até as escolas.
A falta de diálogo com as entidades representantes do magistério é outro aspecto. Os sindicatos e associações foram ignorados em suas lutas, pautas e movimentos. A questão salarial foi tratada com desprezo, a data de revisão salarial foi ignorada. O estado mais rico da federação manteve um dos salários mais baixos para os seus educadores.
A carreira padece de um estatuto minimamente razoável, moderno e atual. Uma postura administrativa e legal que recupere salários, abra perspectivas de evolução e revogue leis antigas que assediam e ameaçam os servidores.
A relação da administração da Secretaria com os servidores é obscura, lenta, camuflada, centralizada e autoritária. As diretorias de Ensino são meramente canais de passagem. Nada ali se resolve sem o aval da secretaria. Não é sem razão que todas as demandas funcionais dos servidores se arrastam de um órgão para outro em longos meses, em infindáveis anos. Um processo de aposentadoria simples, com os pré-requisitos cumpridos, pode levar anos. E se tiver alguma pendência, pode se arrastar por três, quatro, cinco anos.
A decadência dos prédios e equipamentos da maioria das escolas é lamentável e vergonhosa. A maioria das escolas se vê às voltas com a total falta de recursos para coisas mínimas, como manutenção das redes elétrica e hidráulica, compra de materiais de escritório, de limpeza etc. Neste último ano, um dos piores na história da Educação pública paulista, as escolas ficaram sem receber as verbas de manutenção a pretexto da famigerada economia de recursos. Restou, na maioria delas, correr atrás da famosa “vaquinha” para uma sobrevivência limitada e desanimadora.
Há falta de material didático atual, de recursos para a comunidade escolar decidir sobre seu projeto pedagógico, de apoio pedagógico dos órgãos regionais, de programas de apoio curricular que possam ampliar o horizonte dos educadores, e falta respeito às instituições auxiliares da escola, entre elas a APM , o Conselho de Escola e o Grêmio Estudantil. Tudo isso, além das denúncias constantes “ e nunca apuradas “ do mau uso do dinheiro público pela FDE.
Pesa também a ausência de compreensão de que um projeto de educação tem que ser coletivo, dar voz e protagonismo a todos. Isolados, o gabinete da Secretaria e o comando dos órgãos centrais não darão conta de qualificar a educação pública de São Paulo, e mais uma vez viverão de projetos específicos e investimentos exclusivos em poucas ilhas de excelência.
CARLOS GIANNAZI
Deputado estadual

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