Na próxima semana, entre 28 de março e 1 de abril, a Prefeitura, por meio de equipes da Secretaria de Ação Social, Trabalho e Renda, visitará as famílias atingidas pelas chuvas. O objetivo é verificar se ainda existe alguma necessidade a ser assistida e convidar todas as pessoas a irem até o abrigo para escolher mais roupas, sapatos, alimentos, produtos de higiene pessoal, de limpeza, utensílios domésticos, entre outros ítens. Cada uma das famílias recebeu pelo menos três visitas ao longo deste período que a cidade foi abatida pelas fortes chuvas que começaram dias 10 e 11.
Até esta semana, ainda estão sendo recebidos produtos no abrigo, mas a partir da próxima semana a ideia é receber as famílias atingidas e estudar a desativação. “Felizmente conseguimos atender a todos que sofreram com as enchentes! Algumas famílias se mudaram para casa de parentes e talvez não tenhamos tido contato. Estamos checando se ainda existe alguma que não foi acolhida e se alguém souber de algum caso, pedimos que encaminhe ao abrigo ou à Ação Social. Temos o suficiente para ajudar a todos”, comentou o Secretário Mauro Delforno, à frente da Secretaria de Ação Social, Trabalho e Renda.
DOAÇÕES DE MÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS
Na próxima semana, equipes passarão novamente nas casas de doadores, que não foram encontrados no final de semana passado, quando foi feito o mutirão de coleta de móveis e eletrodomésticos de grande porte.
A solidariedade de pessoas de Itatiba, região e até de outros estados movimentou o abrigo social montado pela Prefeitura no prédio da Av. Marechal Castelo Branco, 677. Durante o mutirão de recolhimento de doações, muitas pessoas continuaram proporcionaram o que ainda faltava a muitas famílias, entre elas, o casal Rosângela e Jamilton Teixeira, do Jardim Arizona, que doou um conjunto de dois sofás, cobertores, colchão e sapatos.
“Eu faço curso de corte e costura, no Jardim Vitória, pelo Fundo Social e fiquei sabendo que a Prefeitura estava arrecadando doações pras famílias atingidas pela chuva. Acreditamos que precisamos ajudar, porque poderia ter sido com a gente. Se pudéssemos, doaríamos mais coisas. Tudo está em bom estado, doamos de coração”, disse Rosângela.
Tenho uma banca na 29 de Abril e praticamente participei de todo drama, não perdi tudo como a maioria, mas estava ali sofrendo com os outros comerciantes. Tenho um sofá grande e precisava trocar, mas como está novo, estava deixando. Quando vi que famílias precisavam de móveis, achei que era minha hora certa de trocar e doar para quem precisava. Está novinho! Dei também roupas de cama, panelas e talheres, que usava no dia a dia, mas tenho bastante e achei por bem dividir”, contou Maria Aparecida Moraes Silva, do Itatiba Park. O vizinho Paulo de Souza Silva, que é operador de máquinas na Prefeitura, ajudou o pessoal da Secretaria da Ação Social, que buscou as doações, a colocar tudo no caminhão. “É bom ajudar, é nessas horas de problemas que temos que ter serenidade e estender a mão pro nosso próximo”, comentou.
O drama de quem sofreu com a chuva e a corrente do bem
Diferente dos depoimentos anteriores, o que vem a seguir é de um casal que, como outras 295 famílias em Itatiba, teve sua casa alagada e perdeu praticamente tudo. Fabiana Polegato e Marcelo Toledo morava em outra cidade e estava em Itatiba há 40 dias, para cuidar da mãe de Marcelo e sua irmã, que é especial. A casa no final da Rua Carmo Trevisone, perto da Universidade São Francisco sofreu com a chuva forte, que quebrou parte de um muro no quintal e adentrou sem permissão ou piedade, subiu mais de um metro de altura no interior da casa, molhando todas as roupas, levando todos os utensílios de cozinha, queimando eletrodomésticos, encharcando tudo feito de madeira e espuma.
“Parei para pensar em coisas que jamais havia pensado. Nunca achei que fosse ser acolhida por uma Prefeitura, um Secretaria de Ação Social. A gente vê na TV e não imagina que um dia pode acontecer com a gente. No dia seguinte de tudo que aconteceu já recebemos apoio da Prefeitura, conhecemos uma equipe organizada, que entendia o que estava acontecendo. Esse acolhimento não tem preço, agradecemos de todo coração e de todo coração a todas as pessoas que doaram alimentos, roupas, móveis, tudo que nós e outras famílias precisávamos para recomeçar”, agradeceu Fabiana.
O casal recebeu roupas, produtos de limpeza, de higiene, utensílios de cozinha e alguns móveis básicos, como o sofá doado pela Maria Aparecida. É a corrente do bem em ação: um doa, outro recebe todos sentem-se mais confortáveis e amparados pela solidariedade, que motiva o começar de novo.
