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terça-feira, 16 abril, 2024

Taxa de desemprego em São Paulo volta ao nível de 2007, diz Seade

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A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu significativamente  ao passar de 14,7% em fevereiro para 15,9% em março. O índice volta ao patamar de 2007, quando o indicador atingiu os mesmos 15,9%, conforme dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (27) pela Fundação Seade e Dieese.
A taxa também ficou acima da verificada em fevereiro do ano passado, quando a pesquisa apontou 11,4%. O desemprego aberto – pessoas que procuraram emprego nos últimos 30 dias e não exerceram nenhum trabalho nos últimos 7 dias – elevou-se para 13,4% ante 12,3% no mês anterior, e o desemprego oculto – pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias ou realizaram algum trabalho informal até a data da pesquisa – passou de 2,4% para 2,5%.
O contingente de desempregados foi estimado em 1,750 milhões de pessoas, 133 mil a mais do que no mês anterior. O aumento decorreu da eliminação de 127 mil vagas e da entrada de 6 mil pessoas no mercado de trabalho (População Economicamente Ativa).
Nos últimos 12 meses foram eliminados 427 mil vagas e cerca de 77 mil pessoas entraram no mercado de trabalho. O contingente de desempregados no período foi de 504 mil pessoas, um aumento de 40,4% sobre março do ano passado, configurando-se como o pior resultado para o mês desde o início da série histórica.
Segundo Alexandre Loloian, economista e coordenador da pesquisa, a indústria foi o setor que mais contribuiu para o desemprego nos últimos 12 meses, responsável por eliminar 256 mil postos, 15,8%. O desemprego na região do ABC, maior polo industrial de São Paulo, registrou neste mês alta de 16,7%, contra 15,7% em fevereiro e 10,5% no mesmo período do ano passado.
Setores
Na comparação entre fevereiro e março, a Indústria de Transformação eliminou 56 mil postos de trabalho, 4,0% na RMSP. O setor de Serviços encerrou 57 mil vagas ou 0,1% e a Construção encerrou 18 mil ou 2,7%. Em menor proporção ficou o Comércio com o fechamento de 14 mil postos, 0,8%.
Só o setor privado demitiu 137 mil empregados no período. Destes, 99 mil possuíam carteira assinada e 37 mil não tinham. Em relação a março de 2015, houve recuo de 270 mil vagas no setor, sendo 151 mil com carteira e 119 sem carteira assinada.
Para Loloian, o emprego precário, o aumento na quantidade de autônomos e empregados domésticos, que correspondem juntos a 47 mil novos empregos, tem compensado em parte as perdas que ocorrem no setor privado. “As pessoas estão perdendo o emprego com carteira e vão fazer ‘bico’. Muitos não encontram emprego em outros setores e recorrem ao emprego doméstico, por exemplo, só nesse setor houve um aumento de 20 mil postos”, afirmou.
Com relação à faixa etária dos desempregados, o economista diz que o desemprego é maior entre jovens de 16 a 24 anos. Para trabalhadores com idade entre 25 e 39 ainda há relativa estabilidade. Já entre as pessoas de 50 a 59 anos, há desemprego, mas em índices menores. Entre indivíduos com mais de 60 anos, surpreendentemente, houve aumento na taxa de participação e 59 mil vagas foram criadas neste mês. Para o Loloian, “este movimento indica a necessidade das empresas em contratar funcionários mais experientes, em vez de contratar e treinar jovens”, diz.
Salários
Entre janeiro e fevereiro de 2016, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-2,2%) e assalariados (-1,5%), passando a equivaler a R$ 1.984 e R$ 2.040, ante R$ 2.015 e R$ 2.057 respectivamente. O poder de compra do trabalhador caiu R$ 23,7 bilhões de reais entre março de 2015 e fevereiro de 2016.

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