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sexta-feira, 19 abril, 2024

Editorial: O direito de espernear

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Há no Direito uma expressão – jus sperniandi – que é o direito de espernear quando tudo está perdido, quando qualquer recurso é abusivo e inútil. É algo compreensível, uma vez que ninguém é obrigado a concordar com seu próprio fracasso. Os italianos, herdeiros diretor do Latim, diziam que crianças esperneiam quando não são atendidas em seus desejos. Uma espécie de birra infantil.
Em 1992, quando o então presidente Collor se tornou o primeiro a tomar o impeachment, houve um rito, um pouco diferente do atual, que continha um relatório. Esse relatório tinha três páginas, e nada mais. Avisado oficialmente que não era mais presidente, Collor saiu do palácio com sua mulher, tomou um helicóptero e foi para casa. Recolheu-se à insignificância destinada aos derrotados.
O caso de dona Dilma é diferente. Há dois relatórios, de 200 páginas cada um, discorrendo sobre os crimes que ela teria cometido. São crimes de responsabilidade, cometidos no exercício do poder – o que não quer dizer que ela seja desonesta, ladra ou coisa parecida. Nâo é pessoal, referem-se à figura do presidente da República.
Avisada oficialmente que estava afastada, a Rainha Louca reuniu seu bando de bajuladores, dentro do palácio, e fez um discurso falando de injustiça. Não satisfeita com o circo, continuou o falatório em palanque armado no lado de fora, onde repetiu suas bravatas, insistindo ser vítima de golpe.
Não teve a postura de Collor. Não sabe aceitar os fatos, justos ou injustos, mas consumados. Como uma criança birrenta, está esperneando, nada mais. Essa é uma das diferenças entre  pessoas preparadas e não preparadas para cargos importantes.
Collor não foi um santo – diz-se que roubou muito. Mas estudou em bons colégios, viajou, adquiriu cultura e sabia usar a língua portuguesa. Bem ou mal, passou por prefeitura e governo de estado antes de chegar à Presidência. E dona Dilma? A história mostra que seu passado foi no mínimo nebuloso.
Mandona desde seus tempos de juventude, participou de movimentos armados contra o governo da época, dominado por militares. Assaltou bancos, planejou assassinatos, explosões de bombas e outros quetais. Usou as escolas que frequentou para disseminar ódio e violência. Nunca havia administrado nada. Nem sua cozinha.
No poder, incentivou a divisão de brasileiros entre coxinhas e mortadelas. Collor, ao menos, pedia na televisão que não o deixassem só. Pregou a união, não a divisão. E essa é outra diferença. Repetindo: Collor não foi bom presidente, não foi honesto, mas tinha postura. A postura da Rainha Louca é a que vemos – a de incentivar a desordem, de não querer largar o osso. E vai continuar esperneando. Como diziam os antigos, crianças com birra são curadas com uma boa chinelada.

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