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quinta-feira, 25 abril, 2024

Uma zona chamada Brasil

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Com todo o respeito que as quengas e cafetinas merecem, o país virou uma zona de verdade. Não dá para confiar mais em ninguém. Está tudo podre, fedendo. Não passa um dia sem nova denúncia, sem novo processo, sem nova maracutaia. E, pior de tudo, os políticos envolvidos tentam passar imagem de honestos. Gritam, esbravejam, ameaçam processar. Tudo teatro. Não valem nada.
O presidente foi à TV na semana passada para dizer que não iria renunciar. Parecia o ex-presidente Fernando Collor na época do impeachment. Igualzinho. As mesmas ameaças, os mesmos gestos teatrais, a mesmíssima fala. E dá até para apostar que as semelhanças não ficam nisso. Collor tentou renunciar no último minuto e não deu certo – e Temer terá a mesma atitude. Quando perceber que sua vaca foi pro brejo, vai culpar a imprensa, o Congresso, enfim, alguém, e vai renunciar.
Isso é quase que histórico por aqui. Jânio Quadros renunciou culpando forças ocultas. E nunca disse quais seriam essas forças. Getúlio Vargas se matou quando percebeu que não conseguiria fazer o que queria – e já naquela época havia roubalheira. Sempre houve.
Não que o Congresso esteja lotado de santos. Ao contrário, lá estão os mestres da roubalheira. Basta ver o número de deputados e senadores que está sendo investigado pela Polícia Federal e os nobres parlamentares que já têm inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). E isso é o que já foi denunciado.
O que está escondido é outra história. Talvez bem maior. A CPI do BNDES, que teria fritado os donos da JBS (Friboi) deu em nada. De graça? Com a montanha de dinheiro que os dois irmãos distribuiram a deputados, ministros e senadores? Conta outra, essa ninguém engole.
Corrupção e falta de caráter não escolhem partido. Gente da maioria dos partidos está envolvida em esquemas de roubalheira e propinas. Mas um presidente com dez pedidos de impeachment protocolados tem mais é que ir para casa, largar o osso. Um presidente com índice de aprovação mais baixo da história do país pode comprar um metro de corda e se enforcar. É a bananeira que já deu cacho.
Além de ladrões, são caras de pau. Se dizem ofendidos com denúncias. Afirmam que não existem provas. Procuram desqualificar quem denuncia. E não que os denunciantes sejam gente boa. Também são bandidos. E bandido conhece bandido – os donos da JBS estão nos Estados Unidos com medo de morrerem assassinados por aqui.
Não dá para confiar em ninguém. A Justiça deveria ter mandado para a cadeia os irmãos Batista, donos da JBS. Mas deixou-os soltos e permitiu que fossem para os Estados Unidos. Outro Batista, o Eike, continua solto. Nestor Cerveró, aquele caolho que era diretor da Petrobras, também está solto, e morando em sua mansão, desfrutando o que o dinheiro roubado pode oferecer.
Outros diretores da Petrobras, réus confessos na Lava Jato, também estão soltos. Presos, por enquanto, o Antonio Palocci e o Eduardo Cunha. Palocci já negocia entregar todo mundo. Cunha logo vai pelo mesmo caminho. Mas não vai acontecer nada. Com ministros do STF como Gilmar Mendes e Ricardo Levado da Breca, tudo termina em pizza.
Aqui fora, longe desse barulho, o povo continua sendo ameaçado pela Receita Federal se não pagar impostos. Continua ouvindo lorotas de políticos na TV. Continua sonhando que um dia tudo vai mudar. Vai mesmo. Para pior.
Anselmo Brombal

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