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sexta-feira, 19 abril, 2024

Se uma criança incomoda muita gente…

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Está ganhando corpo no Brasil uma onda, a Childfree. Traduzindo: livre de crianças. Isso existe nos Estados Unidos e Canadá há mais de 30 anos. Já há hotéis e restaurantes que não admitem pessoas com menos de 18 anos. Num resort gaúcho, por exemplo, só maiores de 14 anos. A alegação é que crianças incomodam os demais hóspedes.
Há quem veja isso como discriminação, e há quem dê plena e total razão aos restaurantes e hotéis que agem assim. Os que defendem a restrição alegam que a criançada não tem limites (o que é verdade) e que os pais pouco se importam com os demais hóspedes ou clientes – o que também é verdade, pois há pais tão ou mais mal educados que a criançada produto de chocadeira.
Os que enxergam isso com discriminação se apegam a artigos da Constituição que mandam haver tratamento igual para todos. Uma balela e tanto. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente manda que menores de idade não podem frequentar locais onde é servida bebida alcoólica.
Que as crianças de hoje – ou pelo menos boa parte delas – são mal educadas ninguém tem dúvida. Gritam, correm, extrapolam todos os limites. Basta observar alguns restaurantes. E os pais nada fazem. Não chamam a atenção, não repreendem. Para eles – mal educados também – isso é normal.
Não faltam hóspedes de hotéis reclamando da algazarra (falta de educação) de crianças. Não faltam também clientes de restaurantes que trombam com crianças correndo entre as mesas. Os adeptos do Childfree entendem que se o hotel ou restaurante tiver aviso proibindo crianças está tudo certo.
Os contrapontos são enormes. E se restaurantes resolverem proibir a presença de mulheres gordas? E se houver um padrão de beleza a ser seguido, feios não podem entrar? Talvez seja um exagero de argumentos, mas ninguém é obrigado a suportar a má educação de alguns casais que levam seus filhos a lugares abertos ao público.
O problema chegou à Câmara dos Deputados, que estuda um projeto de lei proibindo hotéis e restaurantes de restringir o acesso de crianças. Essa proibição é defendida por alguns donos de hotéis e restaurantes, que alegam que há sacadas e escadas que colocam em risco a criançada. E já que os pais não olha…
O que assusta não é a proibição, mas sua causa – a falta de educação. Em escolas, são comuns as cenas de mães brigarem com professores por terem repreendido seus pimpolhos. Em conselhos tutelares, não faltam denúncias de vizinhos sobre uma criançada ter levado uma chinelada da mãe.
Bons tempos aqueles em que crianças faziam suas traquinagens sem incomodar as demais pessoas. Bons tempos aqueles em que, antes de sair com os pais, as crianças ouviam longo sermão sobre o que podia e o que não podia ser feito durante o passeio. Tempos melhores ainda quando uma boa chinelada educava de verdade. Hoje é muito mi-mi-mi e pouca educação. De pais e de filhos.
Anselmo Brombal

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