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sábado, 20 abril, 2024

Seria cômico, não fosse trágico

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A imprensa está noticiando que cada vez mais há brasileiros se mudando para outros países. São pessoas que entenderam que isso não tem jeito, que não é possível acreditar em ninguém, e que a roubalheira está tão arraigada que nunca vai acabar. Talvez sejamos os próximos nas mudanças.
Somos um lugar onde traficantes e assaltantes, além de bicheiros e pastores evangélicos mandam de fato. Os primeiros porque estão financiando policiais e políticos. Os últimos porque cedem espaço em suas igrejas para que políticos sem caráter possam pedir aos fiéis seus preciosos votos.
Somos um lugar onde tudo está custando caro não por culpa da improdutividade ou da letargia da indústria – custa caro porque tudo é levado por caminhões, e agora, com mais imposto nos combustíveis, o aumento é repassado ao lojista, que o repassa ao consumidor.
Pagamos muito e nada temos em troca. Hospitais e escolas estão caindo aos pedaços. Creches não são construídas, e as que tiveram esse alento não estão acabadas. E quando estão, não funcionam.
A lei da vantagem está em tudo. No ambulante que aumenta preço conforme a cara e o jeito do cliente; no lojista que aumenta preço para depois encenar liquidação; no prestador de serviço que enrola o cliente como pode, ora afirmando que não era bem isso o combinado, ora apresentando custo extra, ora deixando de entregar o que foi comprado.
Ninguém parece se importar com isso. E isso é extremamente grave. Ninguém vai convencer que a polícia não sabe onde é o ponto de venda de drogas, quem o comanda; que não sabe quem comanda o jogo do bicho; quie ignora o chefe de quadrilha que rouba cargas – e é tanto roubo de carga que o seguro ficou impraticável.
Ninguém leva a sério esse tipo de situação. A preocupação é com detalhes insignificantes. Briga em porta de escola, tão comum há quarenta ou cinquenta anos, hoje tem rótulo e pode levar os pais de crianças briguentas ao Ministério Público.
Chamar alguém de preto é racismo. Negro está começando a ser. Ai de quem não se referir à raça como afrodescendente. Políticos ladrões e corruptos criaram até outro rótulo para quando uma mulher é assassinada – deixou de ser homicídio, e agora é feminicídio. Como se mudasse alguma coisa.
Agressões contra a mulher continuam sendo agressões. Mas há uma Lei Maria da Penha no caminho. Essa é a preocupação. Os detalhes. O grosso do problema continua, e engrossando cada vez mais. Nesta semana, por exemplo, o glorioso Conde Drácula, vulgo presidente, quis aumentar a previsão do rombo no Orçamento.
É como alguém que engorda, ganha peso, e em vez de fazer dieta prefere comprar uma roupa maior. No governo, ninguém falou em diminuir gastos. Ninguém pensou em diminuir os gordos salários dos deputados e ministros, nem abrandar suas mordomias.
Os conscientes estão se mudando. Até a Argentina está melhor do que esse estrume chamado Brasil. Os tôlos continuam aplaudindo, acompanhando novelas, torcendo por desajustados do Big Brother e delirando nos campos de futebol. É tudo muito trágico, mas em nome da paz social, vai Curintia!
Anselmo Brombal

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