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quinta-feira, 28 março, 2024

Acabou o respeito

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Na semana passada, um ser cujos traços parecem ser da espécie humana, foi preso duas vezes em poucos dias pelo mesmo motivo. Na primeira vez, ejaculou numa mulher, dentro de um ônibus. Foi solto logo em seguida porque o juiz que cuidou do caso entendeu que não houve violência. No dia seguinte foi preso novamente, pelo mesmíssimo motivo.
Descobriu-se então que ele já havia sido preso outras 15 vezes por causa disso. Em todas, foi solto porque não praticou violência. No entendimento de alguns juízes, que certamente nem se deram ao trabalho de ler o relatório da Polícia. Ou então, juízes machistas demais, que consideram a mulher ser inferior, submissa às vontades desses animais.
O assédio, o abuso, a falta de respeito são mais comuns do que se pensa. Basta observar. Uma mulher sozinha sempre – sempre mesmo – é alvo de algum tipo de gracejo sem graça, de uma cantada imbecil. Tem-se a impressão que esses animais pensam em sexo 24 horas por dia.
Tem-se a impressão também que tentam impor uma norma: estou com vontade, você, mulher, vai me servir. Nem prostitutas, pagas para fazer sexo, merecem ser tratadas assim. Por essas e outras é que se explica a criação de leis para proteger a mulherada. Leis exageradas às vezes, porém necessárias.
E necessárias porque há um banco de animais sem educação que não sabe o que é respeito. Mulheres se defendem como podem. Em trens da CPTM, em ônibus, há mulheres que trazem agulhas de tricô ou crochê para espetar os mais atrevidos. Algumas portam facas e canivetes. Não existe outra fórmula.
Voltando ao caso do animal preso na semana passada – ele fez a mesma coisa 16 vezes sem pagar por isso. E só ficou preso na 17ª porque o caso ganhou notoriedade, a imprensa e a opinião pública pressionaram, e algum juiz mais coerente resolveu mantê-lo atrás das grades.
Mas não vai dar muita coisa. Nessa altura, alguma comissão de direitos humanos já está cuidando dessa vítima da sociedade, desse ser que não teve oportunidades e que certamente tem algum transtorno. Certamente receberá um tratamento psiquiátrico, alguns conselhos e voltará à rua. Vai continuar fazendo a mesma coisa.
Leis frouxas, inócuas, feitas por deputados e senadores envolvidos até o pescoço em falcatruas e conchavos produzem esse tipo de situação. Juízes que entregam calhamaços de papel a escriturários para formularem decisões também não faltam – alguns ignoram solenemente o que está nos autos, e advogados precisam demonstrar o conteúdo em audiências.
Mas acima de tudo, esse tipo de atitude pode até ser uma doença, um desvio. Mas é reflexo da falta de educação, na falta de respeito, e principalmente, na situação de milhões de famílias, cujos pais se ocupam mais com a cerveja e o churrasco de fim de semana, com o cabeleireiro, com os amantes e não educam seus filhos. Depois da Lei Maria da Penha, logo teremos a Lei Maria do Esperma. Questão de tempo.
Anselmo Brombal

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