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sábado, 20 abril, 2024

Cambono, o segmento fundamental.

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Nos últimos artigos tratamos de apresentar alguns departamentos importantes do terreiro, e mencionamos cargos como o de Iabassê e Ogã, e hoje quero falar de outro tão relevante quanto: o Cambono (ou Cambone), que desenvolve papel essencial para os trabalhos rituais.
O cambono é o médium em desenvolvimento do terreiro que tem como missão auxiliar às entidades que chegam para trabalhar atendendo os visitantes, muitas vezes ele é o intérprete entre Guia e consulente, já que este último pode não estar familiarizado com algumas terminologias típicas de caboclos e pretos velhos, é ele quem faz o elo ficar mais confortável e familiar ao visitante, além de ajudar o médium incorporado do Guia com seus materiais e vestimentas de uso ritual. Mas seu papel é muito maior do que um mero carregador de apetrechos utilizados pelos médiuns já desenvolvidos.
A tríade “Guia + Médium + Cambono” é o pilar fundamental para o bom andamento dos trabalhos, pois o cambono também contribui para este atendimento com sua mediunidade e seus mentores espirituais.
Certa ocasião, o Coronel José Bento, Guia-chefe da linha de Boiadeiros lá no Barracão, fez questão de frisar que o atendimento espiritual é uma espécie de “reunião” entre seis indivíduos: O médium, o consulente e o cambono, acompanhados do Guia espiritual do médium (incorporado no mesmo), o Guia do consulente e o Guia do cambono, portanto, ainda que desincorporado, o cambono auxilia como intermediário de suas entidades de forma intensa no que está sendo realizado desde o começo do ritual.
Diante disso, acredito que a atenção e cuidados devem ser mútuos, ou seja, se o cambono tem o dever de respeitar e auxiliar o médium desenvolvido e seu Guia, o médium desenvolvido E O GUIA QUE TRABALHA COM ELE também devem esse mesmo respeito e atenção ao seu cambono.
É importante que o cambono tenha também a consciência de que já exerce parte de um sacerdócio, pois, tal qual um padre escuta a confissão dos devotos de sua religião, o cambono de Umbanda também o faz e, portanto, deve manter sigilo absoluto sobre tudo o que ouvir ao longo do atendimento como o Ministro de Confissão Religiosa que é.
Gostaria de finalizar com uma mensagem para quem hoje está nesta missão de cambonar:
Ser um CAMBONO é se preparar para exercer o mesmo papel que o médium desenvolvido que você está ajudando agora, e posso garantir uma coisa: o plano espiritual é tão perfeito em seus métodos que, enquanto parece o CAMBONO estar ajudando e trabalhando para o GUIA, é este último que realmente está trabalhando para o CAMBONO, ensinando pela prática o que nenhuma universidade vai ensinar, mostrando gratuitamente, e de forma intensiva, como vai executar esta sua missão, e tudo isso nos é passado diretamente, no dia-a-dia dos trabalhos, de Pai para Filho, UM PROFESSOR POR ALUNO.
Ser cambono é aprender na base como ser um bom médium, um sacerdote, um Umbandista de verdade, pois você jamais será um bom professor se não aproveitar bem essa sua fase de aluno – fase, aliás, da qual tenho muita saudade e considero um tesouro que logo perdemos. Por isso, estude, pergunte, questione, tire suas dúvidas, observe e aproveite ao máximo esse período da sua caminhada espiritual, sem ter pressa para que esta fase termine. Todos entenderão o que estou falando quando já forem médiuns desenvolvidos e permanecerem, então, incorporados e prestando atendimento durante todo o trabalho, sem mais poder aprender com os outros médiuns, com as Entidades, sem mais poder conversar com elas o tempo todo durante o trabalho, assim como faz hoje, enquanto CAMBONO.
Por Pai Alexandre Falasco

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