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quinta-feira, 28 março, 2024

Escravidão eletrônica

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Como? Você não tem Internet em casa?
Esta é a reação da maioria quando alguém afirma não ser escravo de celular, computador e outros quetais. Como se grudar à Internet fosse tão necessário quanto a alimentação. Infelizmente o mundo se tornou escravo desse câncer, travestido em forma de WhatsApp, Instagran ou Facebook.
Pessoas questionam indignadas o porquê de fulano demorar para responder uma mensagem de WhatsApp, como fosse obrigação ficar dia e noite de olho nessa porcaria. E pior de tudo: a maioria de mensagens de WhatsApp é de coisa inútil – florzinhas, bichinhos e muita pornografia. Poucas são as mensagens divertidas, espirituosas, hilárias.
Pessoas também questionam amigos o porquê de não haverem curtido determinada postagem no Facebook – como também se isso fosse obrigação do pobre leitor se manifestar sobre as asneiras que o amigo postou. Somos escravos da era eletrônica, dum mundo que não existe, virtual.
Sucessos musicais e humorísticos não surgem mais nas gravadoras, nos festivais ou nos teatros. E nem dá pra questionar a qualidade. Tudo agora está no Youtube. E alguns sites de humor aproveitam o ridículo de pretensos artistas para aumentar sua frequência. O Kibeloco, por exemplo, publica regularmente o Vergonha Alheia Records – vídeos e clipes garimpados na Internet contendo o ridículo, a falta de noção.
Assim, a vida privada de cada um é exposta ao mundo. Nem é preciso muito trabalho – as próprias pessoas tratam de expor festinhas de aniversário, casamentos, confraternizações, viagens. Sempre há quem aproveite tantas informações, para o bem ou para o mal. E ainda se reclama da falta de privacidade.
Quando George Orwel escreveu 1984, criou a figura do Grande Irmão, o Big Brother – uma sociedade vista e controlada o tempo todo. Não estamos tão distantes disso. Qualquer crime que aconteça e seja mostrado na TV sempre será ilustrado com imagens de uma câmera de segurança. Tudo está sob olhares alheios. E tais imagens também estarão na Internet rapidamente.
O telefone celular, criado para facilitar a comunicação por voz, atualmente faz tudo, menos telefonar. Tira fotos, grava filmes, grava áudios, tem acesso à Internet, a agências bancárias; há aplicativos para quase tudo. E não se nega a facilidade que esses aparelhos proporcionam. Mas se critica o exagero de seu uso.
A Medicina já tem um segmento para estudar (e tentar curar) esse vício em celular. Há pessoas sendo atropeladas e se acidentando por falta de atenção ao redor – o olho está grudado no celular. Há motoristas se acidentando por causa de celular, e não são poucos. Para não perder clientela, restaurantes, lanchonetes e bares ostentam a senha de wi-fi para esses infelizes, que nem na hora do lazer desgrudam do celular.
Como tudo no mundo é cíclico, um dia isso vai acabar. Quando, é outra história. Mas é bom lembrar de Einstein, quando perguntado como seria a 3ª Guerra Mundial. Sua resposta dá o que pensar: A 3ª não sei, mas a quarta vai ser a pau e pedra.
O mundo está evoluído tecnicamente. Muito evoluído. Mas o mundo emburreceu.
Por Anselmo Brombal

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