Maior rede social caiu em descrédito com revelação de que influenciou (e ganhou) as eleições norte-americanas
Internet é o máximo. Jornais impressos vão morrer por causa da Internet. Internet resolveu tudo, adeus papel – não há quem não tenha ainda ouvido algumas destas frases, produzidas por quem se convenceu que o mundo digital é tudo de bom. Pior – se convencer é uma coisa, mas tentar convencer os demais é outra.
Adeptos do mundo digital apresentam dados. Parte verdadeiros, parte duvidosos. O Brasil é um dos países que mais acessa a Internet. Mas ninguém explica que a maioria dos acessos se dá em sites de pornografia.
Há mais ou menos duas semanas todas essas teorias caíram por terra (ou ficaram sem sinal) com a revelação de que o Facebook, maior rede social do mundo, foi usado durante as eleições norte-americanos a favor de Donald Trump. Com cara deslavada, executivos de uma empresa inglesa contaram como o Facebook favoreceu Trump.
A reação foi rápida. As ações do Facebook se desvalorizaram rapidamente. O prejuízo foi de 58 bilhões de dólares numa semana – mais de R$ 150 bilhões, ou mil megas senas de fim de ano. Muitas empresas que anunciavam no Facebook, como a Tesla e a Space X, também caíram fora. Milhares de pessoas deixaram de usar a rede.
Nada é de graça no Facebook. Donde se conclui que para ajudar um candidato numa eleição biliardária como a norte-americana, o Facebook deve ter ganhado muito.
Com medo de mais prejuízos – e até a falência – o Facebook resolveu se explicar. Como sabe que ninguém acredita no que lê em redes sociais, o Facebook usou jornais impressos para seu comunicado – os mesmos jornais que dizia estar matando. Foi uma confissão de culpa e tanto.
Muitas pesquisas feitas no mundo todo já mostraram que confiáveis mesmo são os jornais impressos. As mesmas pesquisas mostraram que poucos acreditam no que é publicado pela Internet, principalmente em redes sociais. A conclusão é óbvia: o jornal impresso continua confiável – a Internet é só uma brincadeira. Às vezes de mau gosto.
Ao publicar comunicados em jornais impressos, o Facebook confirmou uma teoria: se a Internet fosse tudo isso que dizem ser, os anúncios estariam lá, e se encerrariam com a frase “veja nossa publicidade em tal jornal ou revista”. É exatamente o contrário. Os anúncios são publicados em jornais e revistas impressos, e terminam com a frase “acesse nosso site”. Não há confissão maior do que a proporcionada pelo Facebook.
