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sábado, 20 abril, 2024

Por que dinheiro público?

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Clamam os eternos defensores da cultura que falta apoio oficial para uma série de iniciativas. Desfilam argumentos, como tradições, raízes étnicas e sociais para justificar suas lamúrias. E assim, ao longo dos últimos anos, muitas manifestações “culturais” tiveram apoio oficial. Apoio que está minguando.

Por apoio oficial entenda-se dinheiro público. Dinheiro formado por impostos, pagos por todos, mas que sempre foi usado por minorias. Tornou-se praxe a afirmação “a prefeitura tem de ajudar”. Qualquer festa de bairro ou paróquia só acontece se a prefeitura alugar tendas, pagar serviço de som e outras despesas.

No Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella andou cortando verba para Carnaval e Parada LGBT. E promete cortar mais. Crivella é o número dois da Igreja Universal, e em que pese o viés ideológico ou religioso de seus cortes, é um ótimo exemplo para todos os prefeitos.

Muitas prefeituras despejam rios de dinheiro em Carnaval. O mesmo dinheiro que durante o ano vai faltar para compra de remédios nos postos de saúde. O mesmo dinheiro que vai faltar para fazer asfalto. Ou construir escolas. E certamente os primeiros a reclamar dessas faltas serão os que usufruiram do dinheiro público em festas como o Carnaval.

Em Jundiaí, as escolas de samba, que são representadas por uma liga, já lamentam que há pouco dinheiro para a lambança. A prefeitura deverá repassar R$ 480 mil para a liga, em quatro fases – duas de R$ 160 mil, uma de R$ 112 mil e uma de R$ 48 mil. Nenhuma parcela foi paga até agora.

Para as festas, a prefeitura já gasta muito. Interdita ruas, coloca a fiscalização de trânsito nos lugares indicados, manda a Guarda Municipal fazer segurança. Isso custa, e muito. Custa pelos deslocamentos, pelas horas extras, pelo combustível. Não precisa dar mais nada.

Como lembrou um dos entrevistados pelo Novo Dia na semana passada, somente o equivalente a 5% da população jundiaiense foi ver os desfiles de Carnaval no ano passado. Com esse cálculo, sacrifica-se 95% dos pagadores de impostos para contentar uma minoria. Uma minoria cada vez mais minoria, em função de segurança e comodidade.

E isso não é justo. Dinheiro de impostos é para ser usado em escolas, hospitais, em prestação de serviços. Nada justifica seu desvio para outras finalidades, principalmente para as lambanças de um período onde ninguém é de ninguém, onde tudo pode, tudo é permitido.

Algo tão animalesco que os governos distribuem preservativos. O que supõe-se, seja um festival sexual. Sexo em ritmo de samba. Ou de frevo. Ou de maracatu. Mas sexo em primeiro lugar. Onde os governos precisam dar a camisinha em nome de prevenção de doenças e de gravidez.

Dinheiro público é coisa bem mais séria do que Carnaval ou paradas LGBT. Nada contra, mas quem faz festa deve fazer com seu dinheiro. Não com o dinheiro dos outros. Quem quer fazer sexo, que faça. Mas que se digne pelo menos a comprar o preservativo na farmácia ou supermercado. Qualquer coisa além disso é um escárnio a quem paga impostos.

Novo Dia
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