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quinta-feira, 18 abril, 2024

SEMANA DE PREVENÇÃO – 13% dos partos do HU são de mães adolescentes

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No ano de 2018, foram realizados 3.676 partos no Hospital Universitário de Jundiaí (HU), cerca de 13% dos partos ocorreram em mães com idade dentre 10 e 19 anos. Em 2016 estes índices eram de quase 15%. Em novembro do ano passado a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 512/11, do Senado, instituindo a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência a ser realizada anualmente, na semana que incluir o dia 1º de fevereiro. O objetivo é disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a gravidez na adolescência é considerada uma gestação de alto risco, pois o corpo jovem ainda não está completamente formado para a maternidade, o sistema emocional fica abalado e estes fatores podem contribuir para consequências maiores para a saúde da mãe e do bebê. Especialmente quando não há o acompanhamento adequado do pré-natal.

Segundo o médico ginecologista e obstetra Francisco Pedro Filho, do HU, os problemas mais comuns para a saúde da gestante adolescente são hipertensão e anemia. Já os bebês podem nascer prematuros, antes da 37ª semana de gestação, com baixo peso, transtornos de desenvolvimento e até malformação.

O médico alerta que além dos riscos físicos e psicológicos, também é importante levar em consideração os riscos sociais. “É comum a jovem parar de estudar ou trabalhar, causando efeitos ao longo da vida”, diz ele. Fato que é comprovado em estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada): 76% das brasileiras com idade entre 10 e 17 anos que têm filhos não estudam e 58% não estudam e nem trabalham.

Abrir mão desta vivência social para essas jovens não é tarefa fácil, há um medo muito grande de serem rejeitadas socialmente. Em 66% dos casos, segundo o Ministério da Saúde, a gravidez adolescente não é planejada. É um momento de muitos conflitos internos (psicológicos: depressão, medo, insegurança) e externos (sociedade: escola, trabalho, família, amigos). E é aqui que entra o papel da família e, claro, do futuro pai, que normalmente é jovem também.

“De modo geral as famílias reagem de forma positiva e isso é muito importante, pois garante o apoio necessário para que a jovem realize o acompanhamento pré-natal. Os pais costumam acompanhar na realização dos exames e se interessam pelos resultados”

Declara o médico.

Dr. Pedro Filho relata que o pré-natal da gestante adolescente deve envolver uma equipemultidisciplinar, com acompanhamento de um psicólogo, por exemplo. “O médico escolhido para acompanhar a gestação tem que ser paciente, acolhedor, usar um linguajar que a paciente entenda, jamais fazer julgamentos. Para acompanhar o desenvolvimento do bebê e a saúde da mãe serão necessários alguns exames a mais que o normal. Este público abandona facilmente o acompanhamento pré-natal e daí é que ocorre o aumento do risco obstétrico”, alerta.

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