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quinta-feira, 28 março, 2024

Babás eletrônicas assumiram o papel de educar uma criança

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As crianças de hoje não são mais como as de antigamente. Doenças mentais acarretadas pela infância conturbada e descontrolada têm tido seus números elevados. Profissionais revelam quais podem ser as principais causas e quais os melhores caminhos a seguir.

Estatísticas revelam que uma a cada cinco crianças tem problemas de saúde mental. O TDAH teve um aumento em 43% e a depressão em adolescentes 37%. Já a taxa de suicídio subiu 200% em crianças entre dez e 14 anos.

Os maiores e mais explícitos erros estão à vista. Os pais desta geração são como cegos que se recusam a querer enxergar.

Os erros mais rotineiros podem ser o mau uso dos smartphones, a realização de todas as vontades da criança, a falta de demonstração de valores, e principalmente, as crianças têm vivido dentro de bolhas, onde não brincam mais como crianças ou ao menos fazem coisas de criança – como brincar na terra, ir ao parque, brincar de casinha ou jogar bola.

Os pais estão literalmente focados em mostrar que possuem lindos filhos nas redes sociais em vez de assumirem seus papéis de educadores e espelhos sociais.

A psicóloga Adriana Sartori alerta sobre o perigo de um diagnóstico errado e falta de paciência dos pais: “O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) tem sido diagnosticado de forma negligenciada por ser muito fácil confundir uma criança sem limites com uma que possui o transtorno. Hoje, com toda a ocupação dos pais não é difícil que alguns se irritem e prefiram medicar a criança para ter paz”, diz ela.

Adriana afirma que caso a criança não possua o transtorno e passe a tomar o medicamento, adquire de fato a doença. Outro problema é que quando se toma por muitos anos o remédio, ao chegar na maioridade corre-se o risco da procura de drogas como cocaína, maconha ou álcool.

Ela ainda entende que as pessoas têm procurado a falta de amor e convívio em coisas materiais, e que a Internet tem, e seus recursos acaba afastando umas das outras. Possivelmente é o que também tem afetado os pequenos e modificado a infância que deveria ser a melhor e mais memorável fase.

“Mas não é a única causa. Com o tempo fomos perdendo o costume de fazer coisas que trazem prazer sem ser prazeres comprados, como almoçar juntos”, explica.

Impor limites nos filhos – de acordo com a psicóloga a primeira coisa que os pais precisam fazer é perder o medo de fazer isso. Eles têm medo de colocar limites e perder o amor dos filhos. “Não é necessário fazer isso de forma agressiva, para isso você precisa dar exemplo. Não adianta impor uma coisa e fazer outra”, ressalta.

Os pais devem demonstrar como se faz para depois a criança fazer. Isso, segundo a neurolinguística,  pode ser repetido até 21 vezes para que ela entenda e aprenda. É preciso mais paciência e tolerância por parte dos adultos.

Pode haver resistência em assumirem isso, mas de fato os smartphones e tablets têm sido os meios encontrados para acalmar uma criança que exige muita atenção: “O problema é a tecnologia ser usada como “babá eletrônica” e isso precisa de supervisão. Uma criança que pode aprender e usar de forma saudável, acho positivo. A tecnologia não vai sumir, as pessoas têm de fazer um bom uso disso”, assegura Adriana.

É um fator primordial a convivência diária com os filhos, e assim como aponta a psicóloga, é importante que sejam ouvidos todos os dias, serem perguntados de como foi seu dia na escola, quais problemas enfrentaram. Dessa forma, os pais poderão auxiliar e ensinar maneiras de lidar com o problema ou situação, melhores decisões e amor ao próximo. São fatores que formarão o caráter e personalidade do indivíduo quando adulto e inseridos na sociedade.

Sabe-se que na vida de uma criança é necessário equilíbrio em diferentes pontos. Não é importante apenas entender como colocar limites, como ter uma boa conversa ou qual a melhor forma de educar.

É primordial que a educação alimentar seja discutida e apresentada para a criançada. Segundo o pediatra José Carlos Pereira, as crianças aprendem a se alimentar também por imitação, ou seja, elas vêem do que e como seus pais se alimentam e passam a provar aquilo. É claro que não é de tudo que irão gostar. Por isso é preciso saber que forçar a comerem coisas saudáveis não é uma boa prática, isso levará ao efeito contrário, a criança passa a repugnar o alimento em questão.

A qualidade do sono também é  fator importante. Após uma noite bem dormida, segundo o pediatra, há maior disposição e atenção na escola, por exemplo. A memorização também tende a ser maior quando se dorme bem, pois revigora as atividades cerebrais.

Com isso, volta-se à posição inicial; ter disciplina implica nas diferentes atividades e aprendizado do dia a dia dos filhos. A velha infância precisa ser colocada em prática novamente. Que os pais procurem se adequar à era da tecnologia sabendo como propor e utilizar isso em casa. Brincar, viver entre sociedade, conversar e entender quais os pequenos problemas e como podem ser resolvidos são pequenos passos que devem ser ensinados. A maturidade e fase adulta de toda criança depende somente de quais caminhos os pais irão mostrar a elas.

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