Conceitos de astronomia ganharam rimas e ritmos nas mãos de 50 estudantes de 11 anos e uma escola pública de Guarulhos, em São Paulo. E as poesias viraram em livro.
Sistema Solar, Cometas, Constelações, Estrelas, Planeta Anão, Stephen Hawking e Missões Apolo são alguns dos nomes dos poemas que compõem o “Astronomia em Versos: Um olhar dos anos finais para o ensino de Astronomia”, escrito por alunos da Escola Estadual Maria Aparecida Félix Porto, sob a coordenação do professor Flávio Borges do Nascimento.
A obra foi publicada por uma editora independente e os custos foram bancados pela associação de pais e mestres da escola.
Nesta quinta-feira (18), é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. A data foi criada e, 2002 em homenagem ao escritor Monteiro Lobato, que nasceu em Taubaté (SP) neste mesmo dia, em 1882. Nos livros “Geografia de Dona Benta”, “Serões de Dona Benta” e “Reforma da Natureza”, o autor também usa a escrita lúdica para abordar conceitos de ciência.
A proposta do professor é incentivar a autonomia do estudo e propor que os estudantes reflitam sobre o conteúdo ensinado. Eles deveriam pesquisar, aprender e transformar o conteúdo em uma outra linguagem. A poesia foi o gênero que se mostrou mais apropriado para os estudantes desta faixa etária.
Mas, como incentivar crianças a se interessarem por astronomia e, ainda mais, por poesia? Para atrair a atenção dos estudantes, o professor Nascimento disse que usa a preparação para a Olimpíada Brasileira de Astronomia como chamariz.
Além disso, ela dá as aulas seguindo três passos; 1) ensinando o conteúdo de forma tradicional seguindo o livro didático e adotando apenas giz e lousa; 2) levando para a sala de aula instrumentos que demonstram na prática o que eles estavam aprendendo e 3) propondo que os alunos construíssem seus próprios instrumentos.
Um exemplo é o telúrio, uma maquete eletrônica que mostra a Terra, o Sol e a Lua orbitando. Com esse instrumento, ele ensina que a lua tem 29 fases, e não apenas quatro. Osso porque “fase” é a porção iluminada da Lua, que varia ao longo de um ciclo de 29,5 dias.
E a poesia? Segundo o professor, não teria como exigir que os alunos fizessem textos científicos aos 11 anos. Assim, foram passados alguns conceitos sobre estrofe e os alunos ficaram livres para a rima. Ao todo, foram selecionadas 59 poesias.
Ensinando e aprendendo
A produção do livro passou a ser um segredo que nem mesmo os pais tiveram conhecimento. O objetivo era permitir que os alunos aprendessem sozinhos, leno livros, consultando referências, sem olhar a internet.
O desfio foi aceito pelos estudantes e depois de muitas idas e vindas do texto, de fevereiro até dezembro, finalmente, a obra foi apresentada aos pais durante um evento um evento no fim do ano passado.
