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sexta-feira, 29 março, 2024

Brasil tem queda de 25% dos assassinatos em 2019

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O índice nacional de homicídios criado pelo portal de notícias G1, o Monitor da Violência (parceria entre o G1, Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública), mostrou que o Brasil teve 25% de queda nos assassinatos entre os meses de janeiro e fevereiro, ao mesmo período de 2018. Os dados têm base nos 26 estados e Distrito Federal.

De acordo com a pesquisa, houve 6.856 mortes violentas no primeiro bimestre de 2019. Os dados só não incluem o Paraná, que não divulgou seus números. Excluindo o Paraná, houve 9.094 assassinatos no mesmo período de 2018. Sendo uma queda de 25%.

Os estados do Nordeste são os que mais puxam a diminuição dos assassinados, pois são responsáveis por uma redução significativa de 34% – só no Ceará os números foram a baixo em 58%.

No levantamento ficou claro:

Houve uma redução de 2.238 vítimas no período

Quatro estados apresentaram uma redução superior a 30%

O Ceará teve a maior queda no país: 58%

Apenas dois estados (Amazonas e Rondônia) tiveram aumento no número de mortes violentas

Em 2018, a queda foi a maior em 11 anos se for levada em conta a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, apesar da tendência de queda, “os dados estão longe de apontarem para um quadro de redução ao longo do ano e apenas aumentam a responsabilidade dos novos governos estaduais e federal para a manutenção ou melhoria dos resultados”. Afirmou ele.

Motivos da redução:

Bruno Paes Manso ressaltou que é preciso lembrar que 2017 foi um ano onde o Brasil atingiu seu ápice em mortes, sendo um ano atípico.

“A crise nos presídios acabou se desdobrando do lado de fora, criando problemas em vários estados. E ela produziu um tipo de intervenção mais concentrada e urgente, no centro nevrálgico desses conflitos. Uma intervenção decorrente de dez anos de discussões de uma rede de instituições criminais e da sociedade civil. Ou seja, não era necessário tirar medidas da cartola. Esse debate vinha sendo feito há muito tempo. E essas medidas acabaram cessando de algum modo a febre, fazendo com que a temperatura voltasse gradualmente a um patamar mais baixo”, afirma Bruno Paes Manso.

Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, acredita que alguns fatores, como a criação do Ministério da Segurança Pública na gestão passada, ajudam a explicar essa queda. “Por mais que dinâmicas do crime organizado ajudem a explicar parte da redução, há outros fatores que precisam ser levados em conta. Pode existir, claro, uma relação com o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), já que sua implementação ocorreu num contexto de muita mobilização dos estados, pressionados pelos índices de criminalidade e pelo período eleitoral”, diz.

“Também houve a aplicação de mais dinheiro federal, apesar da crise fiscal. Houve o descontingenciamento de R$ 2,8 bilhões do Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) e uma mudança na lei pra que parte do recurso do fundo fosse utilizado em ações na área segurança. Foi criado também na gestão Temer o Ministério da Segurança Pública, que teve um papel muito importante nisso tudo. Ou seja, houve uma tentativa do governo federal de liderar o processo e coordená-lo minimamente”, diz Samira Bueno.

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