Na sessão de Câmara da semana passada, o vereador Cristiano Lopes teve um projeto seu aprovado, dando o nome de Luiz Milamonte a uma rua em Jundiaí. Projetos do tipo passam sem discussão. Acontece que Milamonte foi condenado por estupro, estava preso e morreu na cadeia em 2015. A repercussão do caso foi negativa. A solução encontrada por Cristiano pior ainda.
Em e-mail enviado ao Novo Dia, que denunciou a irregularidade, Cristiano tentou se justificar, observando que no Regimento da Câmara não consta a obrigatoriedade de pesquisar antecedentes de homenageados. Mas é só o começo. Cristiano diz também que pediu que o prefeito vetasse totalmente o projeto, e que apresentou projeto para alterar o Regimento Interno no dia 11 de julho.
Valeu a intenção. Só que o vereador Antonio Carlos Albino apresentou projeto junto com o próprio Cristiano, exigindo antecedentes criminais quando for fazer alguma homenagem. Cristiano diz ainda que “tais medidas objetivas não representam um juízo pejorativo ao homenageado”. Engano do vereador. A Justiça o condenou por estupro, ninguém precisa fazer juízo pejorativo. E se estupro não for algo pejorativo…
No fim do e-mail, Cristiano cita seu trabalho em defesa dos direitos e segurança da mulher e da criança. Iniciativas louváveis, porém manchadas com a concessão do nome de um criminoso a uma rua da cidade.
Cristiano é um excelente piloto de motocross, colecionando títulos internacionais. Foi secretário de Esportes durante o governo de Pedro Bigardi. Como vereador é outra história. No episódio do nome do estuprador, melhor crer que o vereador foi induzido a erro. Ou por excesso de confiança em amigos e assessores, ou por falta de boa assessoria.
E assim, como afirma o vereador em seu e-mail, “a reportagem deve ser contextualizada a bem da informação e da verdade”. Está bem contextualizada: uma mancada desse tamanho não há contextualização que resista. E na reportagem do Novo Dia não faltaram informação e verdade.