Envolvido em escândalos e polêmicas há alguns anos, o vereador Silso das Neves, que presidiu a Câmara durante dois anos, foi encontrado morto no banheiro de sua casa por volta das 11 da manhã de segunda-feira. Silso teria se suicidado por enforcamento. Mas há dúvidas. Silso estaria ajoelhado, e ao seu lado teria sido encontrada uma embalagem de tranquilizantes.
O mais provável é que tenha sido mesmo suicídio. Silso teria sido levado ao desespero por conta dos inúmeros problemas que colecionou nos últimos anos. Citado por Edson Antonio de Souza, assessor político conhecido por Edson Peru, num áudio que circula pelas redes sociais, Silso teria recebido dinheiro de empresários do litoral com duas promessas – a de distribuir o dinheiro entre outros candidatos (o que não teria ocorrido) e de arrumar contratos na prefeitura para tais empresários. O que também acabou não acontecendo.
Há uns quinze dias, Silso afirmou a um político que seria preso, consciente nos rolos em que estava metido, mas “que levaria um monte de gente com ele para o buraco”. Esse monte de gente seria vereadores e pessoal da prefeitura.
Em 2018, Silso se estranhou com o síndico do Núcleo Residencial Sequóia, na Vila Tupi, após um jogo da Copa do Mundo. Embriagado, o vereador foi ao prédio para encontrar sua amante. O síndico impediu sua entrada, alegando que o marido dela estava no apartamento e temia por desgraça. Silso agrediu o síndico.
Não foi a primeira agressão. Ele já havia agredido Vera Lúcia Zuch, uma vizinha, que tentou apartar uma briga entre Silso e sua esposa, com quem não vivia às mil maravilhas. Em fevereiro deste ano Silso apanhou do filho Tiago Silso das Neves. O vereador tentou agredir a mulher, e o filho a defendeu. Tiago é secretário de Esportes em Várzea.
Em sua carreira política, Silso se envolveu em diversos escândalos. Um deles foi grilagem de terras em Várzea, o que lhe valeu o apelido de Silso das Terras. No site do Tribunal de Justiça, constam 23 processos contra Silso das Neves. Num deles, ele é cobrado por não cumprir sentença judicial, por acordo firmado em juízo.
Há ainda processos de Execução Fiscal – não pagamento de IPTU, ISS, recolhimento de taxa de estabelecimento comercial. Também há uma cobrança de título (cheque) de R$ 123 mil, e outra cobrança da Federação dos Funcionários Públicos Municipais do Estado de SP de R$ 54 mil.
