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sexta-feira, 26 abril, 2024

Como conversar com alguém que está pensando em suicídio

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Quase 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e essa é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito.

São estatísticas alarmantes – no entanto, é um assunto pouco discutido, segundo a própria OMS.

Por mais solitário que esse ato extremo possa parecer, ele afeta filhos, pais, maridos e mulheres, amigos e colegas.

Um estudo americano publicado no ano passado diz que, para cada pessoa que se mata, o efeito pode chegar a impactar 135 outras.

A professora Julie Cerel, da Universidade do Kentucky, também percebeu que impacto não depende só de laços familiares, mas da proximidade com a pessoa que se matou.

Falar sobre o assunto é sempre um desafio. No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio – e neste Setembro Amarelo – a BBC fala sobre as melhores formas de conversar com alguém que está pensando em suicídio.

Comece a conversa

Não há certo ou errado ao conversar sobre pensamentos suicidas, o importante é começar a conversa, diz Emma Carrington, porta-voz da entidade de combate à doenças mentais Rethink UK.

“Em primeiro lugar é preciso reconhecer que é uma conversa difícil. Não é uma conversa que temos todos os dias. Então, você vai ficar nervoso e isso é normal.”

“O importante é ouvir e não julgar.”

Conselhos para conversar com alguém de pensamentos suicidas

  • Escolha um lugar calmo onde a pessoa sinta-se confortável
  • Garanta que vocês dois terão tempo suficiente para conversar
  • Se você disser a coisa errada, não entre em pânico; não seja duro demais consigo mesmo
  • Foque na outra pessoa, faça contato visual, ponha o telefone de lado – dê sua atenção total à outra pessoa
  • Seja paciente, podem ser necessárias várias tentativas até a pessoa estar pronta para se abrir
  • Use perguntas abertas que precisam de respostas que sejam mais do que um sim ou um não
  • Não sinta que precisa preencher todos os silêncios com conselhos e com palavras: às vezes a pessoa está tomando coragem para falar e precisa de um tempo
  • Não interrompa ou ofereça uma solução para todos os problemas, o importante é ouvir
  • Não empurre suas próprias ideias sobre como a pessoa deve estar se sentindo
  • Verifique se a pessoa sabe onde e como obter ajuda profissional

Quem está em risco?

O suicídio afeta pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, mas globalmente o índice de suicídio entre homens é mais alto.

Em 2016, a taxa e suicídio entre homens era de 13,5 a cada 100 mil, enquanto entre mulheres era de 7,7 por 100 mil.

A proporção entre homens e mulheres, no entanto, varia de país para país.

A Rússia tem o índice mais alto de suicídio entre homens (48 a cada 100 mil em 2016), seis vezes maior do que a taxa entre as mulheres.

A ligação entre o suicídio e doenças mentais (principalmente depressão e alcoolismo) é bem documentada.

Mas muitos casos acontecem impulsivamente em momentos de crise, quando as pessoas têm surtos diante de estresses, problemas financeiros, separações, dores ou doenças.

Uma pessoa pode se sentir isolada mesmo que esteja cercada de pessoas. A pessoa pode estar passando por dificuldades financeiras. Todas essas coisas podem se acumular”, diz Carrington, da Rethink UK.

“A não ser que tenhamos o apoio das pessoas ao nosso redor, pode se tornar opressivo”

Os índices são altos entre populações rurais e entre grupos que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes, indígenas, pessoas LGBT e presidiários.

De acordo com a OMS, pessoas que passaram por conflitos armados, desastres, sofreram abusos, perdas, violências ou sentem isolamento também estão em risco.

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