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quinta-feira, 25 abril, 2024

Metendo o bico onde não são chamados

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Tem muita gente querendo interferir na vida alheia. Às vezes é o vizinho fofoqueiro. Outras, a tia solteira que quer mandar na vida das sobrinhas. Ou até o chefete que acha que todos de seu departamento devem pensar com ele. Mas nada se compara à interferência da Igreja Católica. Em vez de cuidar de seus pedófilos, há séculos deu para apontar o dedo sobre a culpa alheia.

O período da Inquisição – chamada de santa – foi tenebroso. Todos eram obrigados a se converter à fé católica. Ou conversão ou fogueira. Conversão conseguida na base de torturas. Bárbaras torturas, por sinal. Nossos índios foram catequizados na marra. Obrigados a abandonar suas crenças para engolirem a crença dos jesuítas. O mesmo aconteceu com os escravos, embora com resistências.

Até o começo do século passado não havia cartórios. Os registros de nascimento, casamento, escrituras de terras passavam pelas sacristias. Não de graça. Havia taxa para tudo. Papas e bispos venderam milhares de indulgências (perdões), no mesmo estilo de alguns pastores atuais, criticados pela Igreja Católica. Pagava-se para ter um lugar no Paraíso.

Durante parte do período do Império, padres esbravejavam contra senhores de escravos em seus sermões. E os mesmos padres tinham dezenas – às vezes centenas – de escravos. Todos doados ou comprados com o dinheiro da fé. Durante séculos, a mesma igreja manteve o saber restrito a seus conventos – a mesma forma de domínio pela ignorância. Até as missas e outros rituais eram em Latim, para ninguém entender mesmo.

Pedofilia dentro da Igreja Católica não é novidade. Antes eram mais encobertos. Ou mais discretos. Ou as ameças do Inferno eram mais eficientes. Mas sempre houve. Assim como sempre a Igreja acobertou padres homossexuais ou padres que tomavam amantes em suas paróquias.

Foi notória a conivência da Igreja Católica com o nazismo de Hitler. E com o fascismo de Mussolini. Nem Hitler nem Mussolini seriam dignos do Paraíso por seus atos. Mas houve papa que os bajulou para preservar o patrimônio da igreja. Atitude nada exemplar.

Há alguns anos, a Igreja Católica no Brasil passou a se meter em assuntos que não são seus. Muitos padres e bispos adotaram a falida Teologia da Libertação. Uma forma mais que clara de fazer a divisão e a luta de classes. De discriminar.

Agora o papa convocou um sínodo para discutir os incêndios e o futuro da Amazônia. E o que isso vai produzir de útil? Absolutamente nada. Pregações paroquiais não apagam fogo. Encíclicas não produzem novas florestas. Os índios já foram suficientemente dizimados por jesuítas desde a descoberta do País. Continuam a ser por padres e freiras enfronhados em ONGs.

Há quem leve isso a sério. Não é bem assim. A Igreja Católica tem problemas demais, e deles deveria se ocupar. Como o caso dos padres pedófilos. Como os desvios financeiros do Bando do Vaticano, nunca esclarecidos. Como bispos e cardeais que acobertam seus subordinados criminosos. Mais cômodo fazer como o macaco – sentar-se no próprio rabo e observar o tamanho do rabo dos outros.

Está na hora dessa gente pegar o terço e rezar. Dos problemas do mundo, os mundanos cuidam. À Igreja cabe o papel de salvar nossas almas. Se é que elas têm salvação.

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