Os brasileiros estão casando menos, com idade mais avançada e os enlaces estão cada vez mais breves. Ao mesmo tempo, estão se divorciando mais e compartilhando de maneira mais frequente a guarda dos filhos, mostra a pesquisa “Estatísticas do Registro Civil”, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE.
De acordo com o Instituto, houve 1,053 milhão de casamentos civis no ano passado, redução de 1,6% na comparação ao ano anterior, o correspondente a 16,9 mil casamentos a menos. Foi o terceiro ano consecutivo de queda. O movimento foi liderado pela queda nas regiões Sul e Sudeste.
A taxa de nupcialidade do país estava em 6,4 para cada 1.000 pessoas em idade para casar (ou seja, 15 anos ou mais). Essa taxa era de 13 por mil nos anos 70 e 7 por mil no fim dos anos 80, por exemplo. Segundo o IBGE, parte do movimento é explicado pela opção de casais por vínculos informais ou união estável, que não muda o estado civil.
De acordo com o IBGE, nos casamentos civis entre pessoas de sexos diferentes, os homens têm em média 30,8 anos e as mulheres, 28,2 anos. Em 2017, os homens casavam com 26,7 anos e as mulheres, com 23 anos.
Já o número de divórcios concedidos em primeira instância ou por escrituras extrajudiciais cresceu 3,2% no ano passado, para 385.246. Foi o terceiro ano consecutivo de crescimento dos divórcios no país. Desta forma, a taxa geral de divórcios avançou de 2,5% em 2018 para 2,6% em 2018.
Na última década, o tempo médio de casamento recuou de 17 anos em 2008 para 14 anos em 2018. Em 2017, o tempo médio entre o casamento e a taxa de divórcio também era de 14 anos.
Segundo a gerente da pesquisa de Registro Civil do IBGE, Klivia Brayner de Oliveira, o aumento do divórcio está relacionado a mudança da legislação do divórcio, ocorrida em 2010. “Agora o país tem três casamentos para cada divórcio”, disse ela.
O homem continua se divorciando mais velho que a mulher. Enquanto ele separa com 43 anos, em média, ela se separa com 40. Do total de dissoluções, 46,6% ocorrem em famílias constituídas com filhos menores de idade. “Ou seja, os filhos não são fator impeditivo”, disse ela.
O IBGE identificou aumento de divórcios judiciais com sentença de guarda compartilhada dos filhos. Essa modalidade passou de 7,5% em 2014 para 24,4% em 2018.