Após ser acusada de alugar uma chácara em Itu para manter cães da raça pit bull, a ex-modelo e empresária Paula Roberta Sacchi, admite estar sofrendo ameaças. Acompanhada do advogado, ela prestou depoimento na delegacia na tarde desta quinta-feira (9).
“Sofro ameaças, as pessoas falam absurdo e é um absurdo o que está acontecendo”, disse Paula Roberta Sacchi.
De acordo com a Polícia Civil, os animais estavam em condições de maus-tratos. Paula nega o crime. “Não tinha rinha. Os cachorros estavam em correntes de quatro metros cada um, tinham sim a casinha deles e em cima da casinha uma parte coberta com água e comida. No dia da invasão, inclusive, tinham sacos de ração e dos outros animais, tinham acompanhamento dos veterinários”, explica.
O inquérito segue em segredo de Justiça e o delegado não revelou detalhes da investigação, apenas informou que outras pessoas que estavam na chácara no dia da apreensão dos cachorros ainda serão ouvidas e que uma perícia será realizada no local.
O advogado de Paula é o mesmo que defende Brayan Luis Canavang Escobar, preso em uma rinha de pit bull em Mairiporã, na Grande São Paulo. O acusado foi solto após audiência de custódia.
Foi depois do flagrante em Mairiporã que a polícia de Itu recebeu a denúncia de que o peruano também criava cães para rinha em uma chácara na zona rural da cidade.
Do local foram retirados 33 animais e encaminhado para ONGs de proteção animal. Bryan se apresentou à polícia em São Paulo há três dias para esclarecer o que fazia na rinha.
Protesto na delegacia
Enquanto prestava depoimento, do lado de fora, um grupo de crianças de São Paulo fez uma manifestação em apoio à empresária. Elas fazem parte de uma fundação que recebe ajuda financeira de Paula.
Mesmo estando acompanhada dos responsáveis, a polícia questionou a autorização das outras crianças.
Já o Conselho Tutelas informou que alguns menores estavam desacompanhados de seus responsáveis e que os conselheiros ficaram com as crianças.
O local
Na chácara onde os pits bull foram encontrados havia ainda anabolizantes, medicamentos, uma esteira adaptada para treinamentos e uma piscina.
Em entrevista, a empresária explica que a esteira foi uma recomendação do veterinário, já que alguns animais apresentavam sobrepeso.
O resgate
Após uma força-tarefa que durou 17 horas, os animais foram retirados por representantes de ONGs da capital e do interior. Voluntários se mobilizaram e levaram as galinhas, bodes, cabritos e cavalos que estavam na chácara.
Os cães serão castrados, vermifugados, vacinados e os que apresentarem estado de debilitação passarão por exames. Após recuperados, todos ficarão em quarentena para que os veterinários observem o comportamento antes da adoção.
A fiel depositária dos cães é a ONG Associação Vida Animal, que distribuiu os 33 animais em lares temporários da região.
