No Facebook, um grupo fechado para falar sobre o Ozempic, nome comercial de um medicamento utilizado no tratamento da diabete tipo 2, já soma mais de mil membros e, embora a descrição do grupo não fale sobre emagrecimento, a maioria das publicações são sobre o assunto.
Na página há diversos relatos sobre a perda de quilos e também da ocorrência de sintomas indesejados; indicações das doses mais adequadas para cada caso e até o anúncio de pessoas que fazem a revenda do remédio.
No Whastapp também há o envio de mensagens semelhantes, mas os participantes trocam dicas de alimentações mais aconselhadas e mensagens aconselhando colegas a seguirem para perderem peso.
De acordo com médicos, o medicamento tem atraído cada vez mais pessoas dispostas a fazerem o uso indevido, isso porque além de ser comprado sem receita, só exige uma aplicação semanal.
Ainda segundo os médicos, o uso inadequado do medicamento pode ocasionar efeitos colaterais como enjoos, vômitos e alterações intestinais.
Além disso, o remédio é restrito para gestantes, mulheres que amamentam, pessoas com problemas no fígado ou pâncreas ou histórico de câncer de tireoide na família.
Apesar de ser usado para a perca rápida de peso e sem orientação médica, existe a recuperação também rápida do peso perdido durante o uso.
De acordo com a endocrinologista Lívia Porto Cunha, isso acontece quando o tratamento para perca de peso é feito apenas com remédios. Ela ressalta que a estratégia para emagrecer com medicamentos deve ser complementada com dieta e atividades físicas.
O laboratório farmacêutico Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, informou que não apoia de nenhuma forma o uso do medicamento para este tipo de tratamento, além de ressaltar que o mesmo não foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar obesidade.