A notícia caiu como uma bomba nesta quinta-feira (23), quando o cardeal brasileiro João Braz de Avz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada revelou que o Vaticano investiga casos de abuso sexual contra freiras, inclusive por parte de outras religiosas.
O assunto continua sendo um dos maiores tabus dentro da Santa Sé, mesmo o papa Francisco ter admitido, em fevereiro de 2019, que a violência sexual contra as freiras era um “problema na Igreja Católica.
Aviz disse, em entrevista ao suplemento mensal “Donne Chiesa Mondo”, do jornal vaticano “L’Osservatore” que esse fenômeno permanecia escondido, mas deveria vir à luz.
“O Vaticano está investigando casos de abuso de religiosos contra freiras, mas também casos de abuso entre freiras”, afirmou o cardeal.
Como exemplo, o brasileiro citou um episódio que envolveria uma “formadora” e uma freira que estava em treinamento. Em novembro de 2018, a União Internacional das Superioras Gerais (Uisg), que reúne congregações religiosas do mundo todo, já havia feito um apelo para freiras denunciarem violências sexuais.
Apesar dos recorrentes escândalos de pedofilia na Igreja, acusações de abusos sofridos por freiras eram relativamente raras, porém ficaram mais comuns nos últimos anos, em um período marcado pela eclosão do movimento “Me Too”, que encoraja vítimas de crimes sexuais.
