Motivada pela pandemia de coronavírus que vem afetando bastante o Brasil, a Justiça tem autorizado que alguns presos cumpram pena em regime domiciliar. As decisões beneficiam idosos e pessoas que apresentam comorbidades, e tem a intenção de evitar que o vírus se dissemine dentro do sistema prisional. Dentre os detentos mais famosos estão o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, o publicitário Marcos Valério e o médium João de Deus.
Nesta segunda-feira (30), a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia, concedeu prisão domiciliar a João de Deus, de 78 anos, condenado a mais de 60 anos por crimes sexuais.
“Embora esteja sendo acusado por fatos de extrema gravidade, o requerente é idoso, acometido por doenças graves, por isso inserido no denominado grupo de risco para infecção pelo coronavírus, principalmente diante das más condições da cela (paredes mofadas, insalubridade) propícia à disseminação da Covid-19”, afirma a juíza como justificativa.
Já entre os detentos famosos políticos que foram beneficiados com este tipo de decisão do judiciário, estão o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o publicitário Marcos Valério. Cunha teve sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar pela juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba. O ex-parlamentar terá que usar tornozeleira eletrônica. Aos 61 anos, o político se enquadra no grupo de risco e foi internado em um hospital no Rio de Janeiro, onde se recupera de uma cirurgia de urgência.
E Marcos Valério, aos 59 anos, cumpria pena de quase 40 anos de prisão em regime semiaberto em um presídio de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais.
Apesar de Cunha e Valério, outras figuras políticas conhecidas, como o doleiro Dario Messer, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, não tiveram a mesma sorte e permanecerão presos durante o surto de coronavírus.