Um total de 368 documentos históricos já digitalizados, como parte da cooperação técnica entre o Arquivo Histórico, vinculado à Unidade de Gestão de Cultura (UGC), e o Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está agora disponível para consulta de educadores, pesquisadores e do público em geral.
Esses documentos, provenientes do Tribunal de Justiça do Estado – 1º Ofício da Comarca de Jundiaí, estavam sob a guarda do arquivo universitário. Ainda faltam cerca de 1.800 documentos para serem digitalizados. O diretor de museus da UGC, Paulo Vicentini, tem acompanhado de perto o trabalho da equipe e destaca a importância desse feito para o município.
“A equipe se dedicou para que o acervo fosse organizado e estivesse disponível para ser analisado e acessado pelo público. É um momento marcante para todos nós, especialmente por nos permitir o acesso a registros sobre as escrituras afros e afro-brasileiras”, afirma Vicentini.
O acervo digitalizado inclui processos datados de 1754 e abrange uma variedade de documentos, como registros de roubos na região central de Jundiaí, disputas de terras, temas cotidianos, julgamentos por tentativas de assassinato, além de processos sobre penhoras de pessoas escravizadas e confrontos diretos entre as tropas do governo e indivíduos escravizados.
Marcelo Peroni, gestor da Unidade de Gestão de Cultura (UGC), destaca a importância dessa iniciativa não só pelo conteúdo histórico preservado, mas também pela parceria com o Centro de Memória da Unicamp. Profissionais envolvidos nesse trabalho de resgate agora oferecem acesso a documentos antes restritos a pesquisadores.
“Agora, qualquer pessoa interessada na história de nossa cidade pode acessar o material pelo site. Já recebemos relatos de pesquisadores internacionais que consultaram nossa documentação. Um exemplo significativo é o registro de Luiz Gama, um importante nome do movimento negro no Brasil, que esteve em nossa cidade lutando pelos direitos das pessoas negras à liberdade”, afirma Peroni.