publicidadespot_img
21.6 C
Jundiaí
segunda-feira, 17 fevereiro, 2025

Aumenta em 50% a presença de nanoplástico no cérebro humano

Uma pesquisa recente apontou um aumento significativo na presença de fragmentos minúsculos de plástico em cérebros humanos. Segundo o estudo, amostras coletadas em autópsias no início de 2024 apresentaram mais microplásticos do que aquelas analisadas há oito anos.

O achado levanta preocupações sobre os possíveis impactos dos microplásticos na saúde neurológica. Embora ainda não esteja claro como essas partículas afetam o funcionamento do cérebro, especialistas alertam para a necessidade de mais estudos sobre os riscos dessa contaminação crescente.

Uma nova pesquisa revelou que cérebros humanos estão acumulando quantidades alarmantes de microplásticos. Segundo o estudo, amostras cerebrais coletadas em autópsias no início de 2024 apresentaram de sete a 30 vezes mais fragmentos plásticos do que os rins e o fígado das mesmas pessoas.

De acordo com Matthew Campen, professor de ciências farmacêuticas da Universidade do Novo México, a concentração média de microplásticos no cérebro de indivíduos de 45 a 50 anos foi de 4.800 microgramas por grama, o equivalente a 0,48% do peso total do órgão. Para ilustrar, Campen comparou o volume encontrado a uma colher inteira de plástico.

O aumento da contaminação é expressivo: em relação a amostras cerebrais de 2016, a presença de microplásticos subiu cerca de 50%. “Isso significaria que nossos cérebros hoje são 99,5% cérebro e o resto é plástico”, alertou Campen.

Os impactos desse acúmulo ainda não são totalmente compreendidos, mas os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais estudos sobre os riscos dos microplásticos para a saúde neurológica.

Pesquisadores descobriram que cérebros de pessoas diagnosticadas com demência antes da morte continham três a cinco vezes mais fragmentos de plástico do que os de indivíduos saudáveis. As partículas, invisíveis a olho nu, foram encontradas nas paredes das artérias e veias cerebrais, além de estarem presentes nas células imunológicas do cérebro.

Apesar do achado, o professor Matthew Campen, da Universidade do Novo México, alerta que ainda não há evidências de que os microplásticos causem a doença. “Provavelmente, os níveis elevados estão relacionados às alterações da demência, como a barreira hematoencefálica comprometida e o acúmulo de células inflamatórias”, explicou.

Campen também destacou que os métodos atuais de medição podem super ou subestimar os níveis de plástico no corpo. “Estamos trabalhando para obter uma estimativa mais precisa, que deve estar pronta no próximo ano”, afirmou.

Embora estudos tenham identificado a presença de microplásticos no cérebro humano, ainda não há comprovação de que essas partículas causem danos. Segundo Phoebe Stapleton, professora associada de farmacologia e toxicologia da Universidade Rutgers, é necessário mais pesquisa para entender os possíveis impactos.

“Não está claro se, durante a vida, essas partículas entram e saem do cérebro ou se se acumulam nos tecidos neurológicos e promovem doenças”, afirmou Stapleton.

Os pesquisadores também encontraram indícios de que órgãos como o fígado e os rins podem eliminar parte dos microplásticos do corpo, mas ainda não se sabe se o mesmo ocorre no cérebro, destacou Matthew Campen, professor da Universidade do Novo México.

A presença dessas partículas no cérebro já foi confirmada por outros estudos, incluindo uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), que detectou microplásticos em amostras cerebrais de oito pessoas.

SUGESTÃO DE PAUTAS

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADEspot_img
publicidadespot_img

Deixe uma resposta