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quarta-feira, 12 março, 2025

Estudo revela causa do choque inflamatório pós-Covid em crianças

A síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) é uma condição grave que pode afetar crianças semanas após uma infecção por Covid-19, causando um choque inflamatório potencialmente fatal. Até então, a origem dessa resposta exacerbada do organismo ainda era desconhecida. No entanto, um novo estudo acaba de identificar um possível fator responsável pelo desenvolvimento dessa condição, trazendo avanços para a compreensão e o tratamento da SIM-P.

Pesquisadores da Charité – Universitätsmedizin Berlin e do Centro Alemão de Pesquisa em Reumatologia (DRFZ), ligado à Associação Leibniz, na Alemanha, identificaram que a reativação de uma infecção latente pelo vírus Epstein-Barr pode desencadear uma resposta inflamatória excessiva. As descobertas foram publicadas em um artigo na renomada revista científica Nature.

A síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) é uma condição caracterizada por uma resposta inflamatória exacerbada e tardia, que se manifesta entre duas e quatro semanas após a exposição ao vírus da Covid-19. O quadro pode evoluir para insuficiência cardíaca, erupções cutâneas e febre alta, sendo que a maioria dos pacientes necessita de tratamento em terapia intensiva.

“As possíveis causas do SIM-P incluíam hipóteses como a persistência do coronavírus no organismo ou uma resposta autoimune desregulada”, explica Tilmann Kallinich, chefe da Divisão de Reumatologia do Charité e um dos principais autores do estudo.

“No entanto, agora encontramos indícios de que o ressurgimento de um segundo patógeno – o vírus Epstein-Barr – é o responsável pelo choque inflamatório. Em termos simples, ele desperta de um estado latente porque a infecção por Covid-19 desorganiza o sistema imunológico da criança, tornando-o incapaz de manter o vírus adormecido sob controle”, conclui Kallinich.

Estudo pode ajudar no desenvolvimento do tratamento

As descobertas do estudo podem abrir caminho para novos tratamentos voltados às crianças com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P). De acordo com os pesquisadores, a inibição precoce e direcionada da substância TGFβ pode representar uma abordagem eficaz no tratamento da condição.

“No entanto, esses novos insights também podem ser relevantes para o tratamento de outras condições relacionadas à Covid-19”, afirma Tilmann Kallinich. Um exemplo é a Covid longa.

“Pode haver paralelos entre os mecanismos da SIM-P e os processos envolvidos na Covid longa, o que tornaria os inibidores de TGFβ potenciais candidatos para o tratamento dessa condição”, explica Mashreghi.

“Além disso, sabemos que altos níveis de TGFβ em adultos estão associados a casos graves de Covid-19. Por isso, acreditamos que o bloqueio dessa substância pode influenciar positivamente o curso da doença”, conclui.

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