Louveira é uma das cidades mais ricas da região. Possui empresas dedicadas à logística, que pagam muitos impostos, e indústrias não poluentes. Sua qualidade de vida é considerada muito boa. Mas Louveira é tão rica que se dá ao luxo de ter dois prefeitos: um eleito em outubro passado, outro que manda de fato.
O eleito é Paulo Finamore. O que manda é Nicolau Finamore, por coincidência, pai do atual prefeito. Nicolau já foi prefeito. A família Finamore tem uma certa hegemonia na política da cidade. Hegemonia quebrada poucas vezes – a última por Estanislau Steck, prefeito até dezembro passado. Steck não quebrou só a hegemonia. Quebrou a cidade.
Ao assumir o cargo em janeiro, Paulo Finamore não se cansou de dizer que faltava dinheiro na Prefeitura. Mostrou também que muitos prédios públicos (escolas e centros esportivos) não recebiam manutenção há tempos. E tratou de avacalhar a administração anterior.
Passadas algumas semanas, Finamore pai começou a dar mostras de sua influência sobre o Finamore filho. Na cidade, o comentário é geral: quer resolver problema, fala com o pai, porque o filho não toma decisões sozinho.
Por ordem de Nicolau Finamore, o pai, um secretário (o de Finanças) foi demitido. Em seu lugar foi nomeado outro (ou melhor, outra), de confiança do velho Finamore, e segundo se comenta, fiel escudeira da família – faria tudo o que o Finamore pai lhe ordena.
Mas a situação deve melhorar. Na edição extra do Diário Oficial de Louveira, publicada no dia 7 de maio (quarta-feira), sobram decretos de desmembramento de imóveis – sinal que logo haverá novos empreendimentos imobiliários.
Vida que segue em Louveira. Só falta agora criar outra Câmara de Vereadores.
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