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quarta-feira, 5 fevereiro, 2025

Relógio do Juízo Final é reajustado e aproxima o fim do mundo

Nesta terça-feira (28), os “cientistas atômicos” adiantaram o “Relógio do Juízo Final”, marcando o tempo mais próximo da meia-noite do que em qualquer outro momento. O Bulletin of the Atomic Scientists ajustou o relógio para 89 segundos antes da meia-noite, o ponto teórico da aniquilação global.

O ajuste deste ano aproxima ainda mais o relógio, marcando um segundo a menos em relação ao ano passado. Criado em 1947 pela organização sem fins lucrativos Bulletin of the Atomic Scientists, com sede em Chicago, o “Relógio do Juízo Final” surgiu durante as tensões da Guerra Fria, logo após a Segunda Guerra Mundial, visando alertar a humanidade sobre a crescente ameaça de destruição global.

A alteração deste ano foi motivada por uma série de fatores, incluindo as ameaças relacionadas a armas nucleares da Rússia devido à invasão da Ucrânia, tensões em outras regiões críticas do planeta, o uso militar da inteligência artificial e as mudanças climáticas — todos considerados riscos significativos para uma catástrofe global.

“Os fatores que influenciaram a decisão deste ano — como o risco nuclear, as mudanças climáticas, o uso indevido de avanços na ciência biológica e novas tecnologias emergentes, como a inteligência artificial — não são novos em 2024”, refletiu Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin.

“No entanto, temos observado um progresso insuficiente na resolução desses desafios principais e, em muitos casos, isso tem gerado efeitos cada vez mais negativos e preocupantes”, alertou Holz.

“A definição do Relógio do Juízo Final em 89 segundos para a meia-noite é um alerta para todos os líderes mundiais”, acrescentou Holz.

Guerra da Ucrânia e ameaça nuclear

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, mencionada pelo especialista, desencadeou o conflito mais sangrento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

“A guerra na Ucrânia continua a ser uma grande fonte de risco nuclear. Esse conflito pode escalar a qualquer momento e envolver armas nucleares, seja por uma decisão precipitada ou por acidente e erro de cálculo”, afirmou Holz.

Conflitos no Oriente Médio e Taiwan

O Oriente Médio, com as instabilidades provocadas pela guerra entre Israel e a Faixa de Gaza, além de outras hostilidades na região, também figura como um ponto crítico no cenário atual.

“Estamos monitorando de perto e esperamos que o cessar-fogo em Gaza seja mantido. As tensões no Oriente Médio, especialmente com o Irã, continuam perigosamente instáveis”, alertou Holz.

“Existem ainda outros possíveis focos de tensão em várias partes do mundo, como Taiwan e Coreia do Norte, e qualquer um deles pode se transformar em um conflito envolvendo potências nucleares, com resultados imprevisíveis e potencialmente devastadores”, acrescentou.

A Inteligência Artificial

A inteligência artificial avançou rapidamente em 2024, ganhando capacidade e popularidade, o que gerou preocupações crescentes entre especialistas sobre suas aplicações militares e os riscos para a segurança global. Alguns governos também começaram a abordar o tema.

Nos Estados Unidos, o então presidente Joe Biden assinou, em outubro, um decreto para reduzir os riscos da inteligência artificial em relação à segurança nacional, economia e saúde pública. No entanto, seu sucessor, Donald Trump, revogou a medida na semana passada.

“Os avanços na IA já começam a aparecer de forma provisória, mas preocupante, no campo de batalha, e uma preocupação especial é a possibilidade futura de aplicações de IA em armas nucleares”, avaliou Holz.

“Além disso, a inteligência artificial está perturbando cada vez mais o ecossistema de informações global. A desinformação e as notícias falsas alimentadas pela IA só tendem a aumentar essa disfunção”, acrescentou.

Mudanças climáticas

O ano de 2024 foi o mais quente já registrado na história, de acordo com cientistas da Organização Meteorológica Mundial da ONU. Além disso, os últimos 10 anos foram os 10 mais quentes já registrados, segundo a organização.

“Embora tenha ocorrido um crescimento impressionante na energia eólica e solar, o mundo está aquém do necessário para evitar os piores efeitos da mudança climática”, comentou o especialista.

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