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sexta-feira, 25 abril, 2025

Pesquisa aponta que cães superam amizades humanas

Uma pesquisa revelou que muitos tutores de cães consideram o vínculo com seus pets mais gratificante do que com amigos ou outras relações humanas. Para essas pessoas, o cachorro é mais que um animal de estimação — é parte da família, companheiro fiel e, em muitos casos, visto até como um filho.

O estudo reforça a importância crescente dos animais de companhia no bem-estar emocional das pessoas, destacando o papel afetivo e acolhedor que os cães exercem no cotidiano.

Um estudo publicado na revista científica Scientific Reports revelou que muitas pessoas consideram a relação com seus cães mais satisfatória do que com amigos ou até familiares. A pesquisa foi conduzida por especialistas da Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, na Hungria, e analisou os vínculos entre tutores e seus pets.

Os pesquisadores apontam que o relacionamento dono-cão se assemelha a uma mistura entre a ligação com filhos e a amizade com melhores amigos. Essa conexão combina os aspectos positivos da relação parental — como cuidado, afeto e proteção — com a ausência de elementos negativos que podem surgir entre amigos humanos, como conflitos ou decepções.

Os resultados reforçam o papel emocional dos cães na vida das pessoas, evidenciando que eles não são apenas animais de estimação, mas membros afetivos da família e importantes fontes de apoio emocional.

Apesar de muitos tutores apontarem o vínculo com seus cães como mais satisfatório do que com pessoas, o estudo também revela um dado importante: os laços mais fortes entre humanos e seus pets estão frequentemente associados a relacionamentos interpessoais igualmente saudáveis. Ou seja, quanto maior o apego ao cão, maior tende a ser a capacidade do tutor de estabelecer conexões humanas positivas.

Segundo os pesquisadores, isso indica que os cães não substituem vínculos sociais, mas os complementam. Ao invés de serem uma “muleta emocional”, os pets atuam como reforço afetivo para indivíduos que já possuem relações humanas significativas. A presença canina, portanto, enriquece a vida emocional e social dos tutores.

Esse dado desmonta o mito de que o apego excessivo aos animais surge apenas como consequência de dificuldades nos relacionamentos humanos, reforçando o papel dos cães como aliados no bem-estar geral das pessoas.

O estudo

Para chegar às conclusões do estudo, os pesquisadores entrevistaram mais de 700 tutores de cães, solicitando que avaliassem 13 características da relação com seus pets e também com quatro tipos de parceiros humanos: filho, parceiro romântico, parente mais próximo e melhor amigo.

Os resultados mostraram que, entre todas as opções, o vínculo com o cão foi classificado como o mais satisfatório. Os tutores apontaram seus animais como a principal fonte de companhia e afirmaram sentir-se mais amados por eles do que por qualquer um dos outros parceiros humanos avaliados.

Um ponto interessante destacado pelos pesquisadores foi o desequilíbrio de poder presente nessa relação. Diferente dos laços humanos, o relacionamento com cães envolve um controle quase total por parte dos donos, que tomam todas as decisões — o que pode explicar, em parte, a alta satisfação relatada.

“Diferente dos relacionamentos humanos, os donos de cães mantêm controle total sobre seus pets, pois tomam a maioria das decisões, contribuindo para a alta satisfação relatada. Comparado aos humanos, o relacionamento com cães envolve poucos conflitos e interações negativas mínimas”, explicou Enikő Kubinyi, chefe do Departamento de Etologia da Universidade Eötvös Loránd.

O estudo reforça a ideia de que, apesar de os cães não substituírem os laços humanos, eles ocupam um espaço afetivo significativo, oferecendo conforto, companhia e um tipo de relacionamento que une afeto intenso e baixa complexidade emocional.

“Os resultados destacam que os cães ocupam um lugar único em nosso mundo social — oferecendo a proximidade emocional de uma criança, a facilidade de um melhor amigo e a previsibilidade de um relacionamento moldado pelo controle humano — revelando por que nossos laços com eles costumam ser tão profundamente gratificantes”, completou Enikő Kubinyi.

Além disso, o estudo investigou a conexão entre os vínculos humanos e o relacionamento com os pets, revelando uma correlação interessante: pessoas com laços humanos mais fortes também tendem a ter vínculos mais intensos com seus cães.

“Esperávamos que pessoas com relacionamentos humanos fracos dependessem mais de seus cães para apoio, mas nossos resultados contradizem isso”, explicou Dorottya Ujfalussy, coautora do estudo. “Em nossa amostra, as pessoas não pareciam usar cães para compensar o apoio insuficiente em seus relacionamentos humanos.”

Essas descobertas reforçam que os cães não são apenas substitutos emocionais, mas parte integral de redes afetivas mais amplas, fortalecendo, ao invés de suprir, os vínculos humanos. A pesquisa lança nova luz sobre o papel profundo e multifacetado que os animais de estimação desempenham nas vidas de seus tutores.

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