De volta a Sodoma e Gomorra

Alguém afirmou que o mundo tem ciclos que se alternam entre excessos de liberdade e de proibições. Isso deve ser verdade. Os romanos promoviam orgias que fariam corar o capeta. Os gregos tinham no sexo suas perversões preferidas. A chegada do Cristianismo colocou um breque na farra, que só voltou centenas de anos depois.
Houve épocas, nos séculos 18 e 19, que os ciclos foram mais marcantes após o período da Inquisição na Europa. O máximo das libertinagens estava nas cortes francesas. O máximo do recato na época da rainha Vitória, na Inglaterra. O século passado começou recatado, mas a partir da descoberta da pílula anticoncepcional houve a liberdade da mulher, hoje transformada em libertinagem.
Nem o surgimento da Aids assusta. Em programas de televisão nas madrugadas, ou mesmo os reproduzidos na Internet, é possível ver e ouvir entrevistas que só confirmam que vivemos numa Sodoma e Gomorra dos tempos atuais. Numa das entrevistas, uma senhora afirmou que semanalmente participa de orgias em São Paulo. Com o consentimento do marido.Noutra, uma possível madame de coluna social foi taxativa ao deixar claras suas preferências sexuais, que vão de colóquios com animais a outras mulheres. Tudo em grupo de no mínimo dez pessoas, onde, garantiu ela, só se consome bebida alcoólica.
É um comportamento no mínimo estranho – e não se trata de pudor, de religião ou de moralidade. São questões de saúde, de amor ao corpo e de respeito para consigo. E fica impossível entender como um casal se aceita dessa forma; ou o que transmite aos seus filhos. Tudo em nome da modernidade.
Isso na tevê e na Internet. Na vida real, mais próxima de todos nós, dá para escolher qual festinha de arromba participar. Há inúmeras chácaras na região sendo usadas para orgias sexuais onde se reúnem casais de verdade, prostitutas, travestis e outras espécies para reviver um pouco de história geral. História de Sodoma e Gomorra, sem ninguém virar pedra de sal.