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sexta-feira, 29 março, 2024

Sem sofrer com a estiagem, água de Jundiaí é elogiada

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Não é de hoje que Jundiaí investe no abastecimento de água. A coisa é bem antiga. Começou com o engenheiro Rui Chaves, que previa o crescimento da cidade e entendia que sem água isso não era possível. Continuou nos anos seguintes, e agora, em meio à crise de falta de água em todo o Estado, Jundiaí é uma espécie de oásis. Mesmo assim, a DAE prepara novos investimentos.
Nos anos 1970 foi feita a primeira obra de reforço no abastecimento: uma adutora partindo do Rio Atibaia até o Rio Jundiaí-Mirim, o que traz água para a represa. Na época, a cidade conseguiu autorização para retirar 700 litros por segundo do Atibaia. A água passou a ser bombeada para o Jundiaí-Mirim.
Em 1994, Jundiaí pediu autorização – e conseguiu – o Comitê de Bacias Hidrográficas para aumentar a retirada de água do Atibaia para 1.200 litros por segundo. A contrapartida exigida pelo Comitê foi cumprida: construção de nova represa (onde hoje está o Parque da Cidade), construção de estação de tratamento de esgotos (que está no Novo Horizonte), troca dos medidores (hidrômetros) e redução das perdas de água na rede.
Ao contrário do que ocorre na maior parte do Brasil, todos os projetos de Jundiaí saíram e continuam saindo do papel. Nos anos 1980, por exemplo, foi criado um comitê que tinha tudo para dar em nada – seria mais um grupo para fazer reuniões, discutir e não chegar a lugar nenhum. Chegou.
O Comitê de Recuperação do Rio Jundiaí saiu do papel. Na década seguinte foram instalados interceptores do esgoto nas margens de rios e córregos, antes jogado no rio sem tratamento. Em 1998, cumprindo o prometido ao Comitê de Bacias, Jundiaí passou a operar a estação de tratamento de esgotos. No ano passado, a Sabesp fez sua parte, e instalou uma estação semelhante em Várzea Paulista.
Os primeiros resultados já aparecem. Várzea Paulista já capta água no Rio Jundiaí para abastecer a cidade, e Itupeva fará o mesmo em breve. A qualidade da água, sem o esgoto, tornou-a possível de tratamento para consumo humano.
“Não estamos com problemas, mas estamos planejando ampliar a represa. E se ocorrer outra seca grave como essa? Espero que não, mas se acontecer, temos de estar preparados”, diz o presidente da DAE, Jamil Yatim.
Enquanto Itu sofre há anos com falta de água, agravada agora pela seca, e Campinas adota racionamento, Jundiaí se dá ao luxo de mostrar uma represa com 70% de sua capacidade – a Cantareira oscila nos 10%.
A represa funciona como uma espécie de banco de água – acumula quando tem, e usa quando precisa. Bem diferente do sistema Cantareira, da Sabesp: em 2011, quando sobrava água, a Cantareira abriu as comportas.
Segundo Francisco Lahóz, presidente do Consórcio PCJ – uma união de prefeituras e empresas que consomem água dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – das 76 cidades da região, apenas Jundiaí e mais cinco podem afirmar que não passam por crise: Nova Odessa, Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste, Cabreúva e Indaiatuba.

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