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quinta-feira, 25 abril, 2024

Várzea usa sua “força aérea” para atacar mosquito da dengue

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Em vez de procurar os focos de criação na maneira convencional, prefeitura resolveu usar um drone
A prefeitura de Várzea anunciou, com pompa e circunstância, o uso de um drone, ou de sua “força aérea”, para combater o mosquito da dengue. Explicando: não haverá tiros nem bombardeios – o drone vai sobrevoar grandes imóveis, como galpões, que podem, em tese, ter água acumulada em seus telhados. E vai fotografar o que encontrar, para depois intimar seus donos para tirar essa água.
Bonito né? Não. É um típico caso de invasão de privacidade. Ao sobrevoar determinada área, não há garantias de quem esteja operando o drone vá se limitar aos telhados. Pode encontrar coisa mais interessante em seu caminho.
O procedimento normal para uma prefeitura – adotada por todas as brasileiras, exceto Várzea do prefeito Nem-a-pau-Juvenal – é localizar os donos de imóveis que não estejam ocupados e pedir autorização para lá entrar e verificar se há focos do mosquito. Na pior das hipóteses (quando o dono não é encontrado), é recorrer à Justiça, que poderá autorizar a entrada dos agentes de saúde.
A prefeitura de Várzea usou o atalho – está sobrevoando garbosamente os imóveis que suspeita com o drone e fotografando tudo. Como invasão de privacidade é crime, é quase certo que logo apareça alguma ação contra a prefeitura – basta um vizinho se sentir espionado para motivar a queixa-crime.
No ano passado, por exemplo, a Oi (empresa de telefonia) ganhou uma multa de R$ 3,5 milhões do Ministério da Justiça porque andou bisbilhotando o que seus clientes conversavam. A multa só não foi maior porque a OI, ao saber que estava sendo investigada, suspendeu a farra.
Há quem entenda também que o uso de drones pode acarretar em invasão de domicílio, e aí a coisa se complica quando cometido por funcionário público, pois a pena é aumentada. Melhor seria a prefeitura procurar os focos como todo mundo – olhando as casas, pedindo autorização para os donos de imóveis para entrar, e não contratando uma “força aérea” para fazer mais asneiras.

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