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sábado, 20 abril, 2024

Brasil gasta muito com funcionários. Ainda falta gente

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Levantamento completo mostra o tamanho do funcionalismo. Só cargos de confiança são 600 mil
Nas eleições de outubro passado, os principais candidatos à Presidência tinham discursos parecidos. Para Dilma era prioridade; para Aécio, requeria mais eficiência, e para Marina Silva precisa haver ganhos de produtividade. Yes, estamos falando sobre funcionários públicos. De lá para cá, tudo continua como antes.
Qualquer mudança, como diminuir o número de cargos por indicação política, demitir funcionários que não gostam de trabalhar, contratar gente mais capaz e segurar o gasto com aposentadorias vai dar encrenca. Ninguém quer perder regalias já conquistadas. Sindicatos e políticos evitam pisar nesse terreno cheio de pedras.
Um trabalho da revista Época reuniu 16 pesquisadores, que estudam o funcionalismo público há anos, para mostrar o que está errado. São quatro grandes problemas: primeiro, a má distribuição dos funcionários; depois estão a forma como são pagos os benefícios, a burocracia para contratar e demitir.
Por exemplo – faltam professores, mas sobram assessores e motoristas. Garçons também. Cada deputado federal pode ter até 25 assessores – um número meio grandinho se comparado a outros países. No começo do ano, o Senado deu a sete garçons cargos de confiança – uma prática meio marota só para aumentar o salário desse pessoal.
Ministros são 39 – e atrás de cada ministro há um batalhão de funcionários. Em outros países a média é de 15 a 20 ministérios. E não só são ministérios. Cada ministro do Supremo Tribunal Federal tem direito a motorista particular. Em São Paulo, há 311 motoristas à disposição de juízes.
A Câmara de Vereadores da capital paulista tem 26 motoristas, 13 garçons, sete auxiliares de cozinha e uma penca de auxiliares de tudo, que vai de serviços odontológicos a a lubrificador e vidraceiro. E tudo isso está no Portal da Transparência.
No Brasil existem 11,1 milhões de funcionários públicos – um em cada dez brasileiros em idade de trabalho tem emprego no governo. E a crítica da maioria não é pelo número, e sim pela qualidade do serviço prestado. Na área da Saúde, por exemplo, foram contratados 14 mil profissionais no programa Mais Médicos.
Resolveu? Não. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União, feita em março do ano passado, mostrou que faltavam médicos em 81% dos hospitais do SUS. Faltam também policiais federais, fiscais do meio ambiente e professores. Só na rede público, o ensino médio precisa de 32 mil professores.
Os critérios de salários provocariam infarto em qualquer gerente de empresa privada. O salário de motorista ou de uma secretaria geral do IPEA é de R$ 4.930 – maior do que de professor com doutorado (R$ 4.649). Um escrivão da Polícia Federal precisa ter curso superior, e ganha R$ 8.416 – mais que um médico com mestrado (R$ 63.46). Esses valores são referentes ao funcionalismo público federal.
E para deixar todo mundo feliz: o governo federal tem 22.700 funcionários nomeados sem concurso, os chamados comissionados. Os Estados Unidos, o mais poderoso do mundo, dono da maior economia, tem só oito mil. Barak Obama faz falta por aqui?

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