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quarta-feira, 24 abril, 2024

Margareth dá muito trabalho

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C ansado das estripolias caninas em seu prédio, onde quase tudo é permitido, um amigo resolveu ser diferente – levou para seu apartamento uma chimpanzé. Adestrada num circo mambembe, que faliu, a chimpanzé iria para um zoológico, mas ele conseguiu autorização para ficar com ela. Margareth é seu nome.
Reviravolta geral no condomínio. Fila de crianças na porta de seu apartamento para visitar Margareth quase todos os dias. E ela, solícita, dava a pata (ou seria a mão?), abraços, beijos e ia ao colo de toda a criançada. Nosso amigo e sua mulher, que não têm filhos, caprichavam. Margareth estava sempre de fralda e uma saia daquelas de bailarina. Às vezes tinha até calçado, um tênis meio adaptado.
Isso durou algumas semanas. Num dia qualquer, o síndico, instigado por alguns moradores, quis colocar fim à condômina símia. Deu dez dias de prazo para que Margareth se mudasse. Nosso amigo apelou para o regulamento do prédio, aprovado na assembléia, que permitia animais de pequeno porte. Não colou. O síndico alegou que Margô não se encaixava no tamanho aprovado.
Sem outra saída, Margareth foi levada a um zoológico, onde está até hoje. Antes de ir embora, foi autorizada a fazer algumas estripolias no condominio. Frequentou até o parquinho das crianças e se arriscou na parte rasa da piscina. Revolta total das madames que passeavam impunes com seus cachorrinhos. Ate de elevador passeou, olhando o tempo todo no espelho.
Há dois meses nosso amigo consumou a vingança. Se pode animal de pequeno porte, combinou com a mulher, vamos ter o nosso. Consegiu autorização do Ibama e comprou uma araponga. E aí começaram as reclamações.
Essa história, que é real, mostra bem como é viver em condomínios onde moram pessoas mal educadas. Onde moram pessoas que acham que seus cães não latem, não choram e não incomodam ninguém. Onde síndicos acham que são autoridades. Onde meia dúzia acha que pode mandar em tudo.
A araponga não está cantando agora. Talvez seja época. Mas quando chegou, talvez por estranhar o lugar, fez bastante barulho. Mas é de pequeno porte, sua situação é legal e no prédio se encaixa no regulamento. E já tem gente com saudade de Margareth, que não latia, não chorava e ainda era divertida.

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