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quinta-feira, 25 abril, 2024

Polícia procura golpistas de Jarinu. Mil vítimas

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Quadrilha era especializada em vender terrenos alheios – sem o dono saber – ou lotes inexistentes
Por enquanto a Polícia já identificou cinco suspeitos de aplicarem golpes de terrenos em Jarinu. Era uma quadrilha bem organizada, meticulosa nos golpes, que fez mais de mil vítimas, segundo estimativas da prefeitura. Os golpistas vendiam terrenos sem seus verdadeiros donos saberem, ou que não existiam.
O melhor chamariz era o preço – abaixo do valor de mercado. A farra vinha há dois anos. Para enganar os compradores, os “corretores” tinham mapas como se fossem oficiais. Uma das vítimas, um idoso, pagou R$ 15 mil pelo terreno, e só percebeu que tinha feito papel de otário quando comparou o mapa do “corretor” com o mapa da prefeitura.
Outras vítimas venderam carro para construir uma casa e sair do aluguel. O valor médio da entrada era de R$ 11 mil. Alguns chegaram a comprar material de construção, mas ficaram com o mico depois que não conseguiam nada oficial. Segundo a prefeitura, nos últimos meses foram negociados mais de mil terrenos ilegalmente.
A farra foi tão grande que a prefeitura até lançou uma campanha para orientar futuros compradores de terrenos. Folhetos são distribuídos para isso. “Para que todas essas famílias que adquiriram esses lotes fossem orientadas de como eles deveriam proceder para acompanhar essa documentação. Para realmente ter certeza que o lote ou imóvel que elas estavam comprando fosse legal. Que elas tivessem depois a documentação garantida da propriedade”, afirma o secretário de Finanças, Uesley Inácio da Silva.
Como a Polícia entrou na história, alguns vigaristas já foram reconhecidos por meio de fotos de arquivo policial. Quando apanhados, serão indiciados e vão responder por estelionato. A pena pode chegar a 10 anos de cadeia.
O presidente da Proempi (da Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí), Ricardo Benassi, explica que quem está interessado em comprar qualquer terreno, em Jarinu ou em qualquer lugar, precisa consultar o cartório de registro de imóveis.
“Todo terreno e todo imóvel tem um registro, um número único, feito no cartório de imóveis. Cada cidade tem seu cartório ou a cidade vizinha. Esse registro mostra todas as características do imóvel que está sendo vendido e o verdadeiro proprietário, se quem está vendendo é realmente dono”, afirma Benassi.
Em Jarinu, os golpistas agiram de diversas maneiras. Numa delas, escolhiam grandes áreas e inventavam o loteamento – eram áreas cujos donos nunca apareciam. Num caso, houve até um plantão de vendas. Em outros casos, levavam o interessado a ver qualquer terreno, como fosse venda de imobiliária mesmo, e depois faziam uma suposta documentação.
Uma das formas de convencer o comprador (vítima) era mostrar contratos com selo de cartório. E selo de cartório é a coisa mais simples do mundo: basta fabricar um contrato e ir a um cartório qualquer e pedir uma cópia autenticada. A autenticação apenas registra que a cópia é fiel ao original apresentado. Mas um selo de cartório dá certa credibilidade ao negócio.
Leilão – A prefeitura de Jarinu deverá leiloar dezenas de terrenos, cujos donos deixaram de pagar IPTU. Como a dívida foi executada, os lotes serão leiloados para quitação. Quem está nessa situação – com o terreno indo a leilão – ainda tem tempo de procurar a prefeitura e fazer acordo.

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