GAV de Jundiaí passa a ser CVV. Atendentes passam por capacitação para a prevenção ao suicídio
O Grupo de Apoio à Vida (GAV) de Jundiaí passa por preparação para se tornar em breve um Centro de Valorização da Vida (CVV). Para a expansão, os voluntários precisam passar por treinamento especial. Nelson Alves, coordenador regional de cursos do CVV, é quem ministrou o treinamento, explicando o padrão de funcionamento das unidades, em prol da melhor qualidade e efetividade dos atendimentos.
Nelson visitou o GAV Jundiaí para conhecer a estrutura e indicar os caminhos para a expansão dos atendimentos, feitos por voluntários, na maioria das vezes por telefone. “Trata-se de ajuda para quem precisa conversar, desabafar ou, principalmente, pensa em suicídio. A transformação da unidade de Jundiaí vai possibilitar atendimento 24 horas pelo número 141, o mesmo para todo o Brasil”, explica Maria Bernadete Amaral, coordenadora da unidade.
Atuante desde 2003, ela conta que já viu a unidade quase fechar, mas nunca desistiu. “Eu sempre acreditei no trabalho realizado pelo GAV. Vendo o encaminhamento do processo de expansão, tenho certeza de que nenhum esforço foi em vão”, afirma.
A transformação da unidade GAV de Jundiaí em CVV ocorre como fruto do primeiro debate sobre saúde mental e suicídio realizado na Câmara Municipal no mês passado, idealizado pela psiquiatra e médica sanitarista Maria Cristina De Stefano. Na ocasião, profissionais da saúde, autoridades, famílias e estudantes conheceram os números alarmantes de vítimas de suicídio no Brasil e no mundo.
A médica perdeu o filho Felipe aos 34 anos em 2012. Desde então, Maria Cristina promove a prevenção do autoextermínio por meio de palestras para especialistas da área de saúde, estudantes universitários e membros de entidades e instituições. “Diante do suicídio, calam-se as famílias, os médicos, a imprensa e a sociedade. Eu não poderia ficar em silêncio”, afirma.
Sobre os GAVs e CVVs, ela explica que esses centros são responsáveis por reduzir o número de vítimas do suicídio simplesmente pelo acolhimento adequado. “Às vezes tudo o que essas pessoas precisam é de atenção. Nós, como seres humanos, muitas vezes ignoramos quando as pessoas se lamentam da vida. Um parente ou um amigo pode não estar bem e não ser pieguice, mas sim doente”, alerta. Em Jundiaí, os atendimentos realizados pelo GAV acontecem na avenida dos Ferroviários 2222 ou pelo telefone (11) 4521-4141.
