O governo alega que precisa readequar os contratos herdados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e assim o Ministério de Infraestrutura já cogita liberar o aumento médio de até 25% dos pedágios para sete rodovias no Sudeste e Sul.
No entanto, em rodovias como a Fernão Dias, que São Paulo a Belo Horizonte, o reajuste pode ser ainda mais salgado e chegar a 58%.
As concessionárias que administram as estradas enfrentam desequilíbrio financeiro e alegam não conseguir investir R$ 7 bilhões em obras conforme previsto em contrato.
Só para citar alguns exemplos, a Arteris, que tem como sócio a espanhola Arbetis e a canadense Brookfield precisa honrar com R$ 4,6 bilhões para cumprir com exigências como duplicações, faixas adicionais, sistemas de controle e monitoramento em cinco vias.
Já a Acciona e Triunfo, teriam que arcar com R$ 2,4 bilhões para melhorar em duas estradas.
O ministro, Tarcísio de Freitas alega que há espaço para aumento, até maior do que a tarifa em rodovias onde não tem obras programadas. Segundo ele, nessas estradas os pedágios são muito baixos, sem investimentos previstos, permitindo aumento.
A questão é saber se a população aceita pagar um pouco mais para ter uma terceira faixa, por exemplo. Para tirar a dúvida, o governo promete fazer uma consulta popular.
Mas vamos aos cálculos. Na Fernão Dias, segundo cálculos parciais, o pedágio poderia saltar de R$ 2,40 para R$ 3,80, que faria frente a R$ 1,2 bilhões de investimentos.
Na Régis Bittencourt, que liga a capital paulista ao Sul e é uma das rodovias com maior tráfego de cargas do país, a exigência de investimento é de pelo menos R$ 1,1 bilhão.
Segundo avaliação de técnicos, a tarifa do pedágio nessa estrada poderia passar dos atuais R$ 3,20 para R$ 4 (25%).
Por outro lado, existem rodovias como a BR-116 (PR-SC), da Autopista Planalto Sul, que precisam realizar R$ 383 milhões de investimentos, mas o pedágio já é caro (R$ 6,50), deixando pouca margem para correção.
Da mesma forma, com uma tarifa de R$ 7, a Rodovia 393 (Rodovia do Aço), administrada pela K-Infra, também tem pouco espaço para manobra.