No próximo dia 21, quando Louveira completa 54 anos de sua emancipação, a prefeitura vai inaugurar a escola do Cavalli – e nem se sabe se essa é sua denominação oficial. É coisa tiípica de faraó – a escola é gigantesca, exagerada até, e segundo informações, custou quase R$ 30 milhões.
Sua construção é uma novela. E cheia de contradições. A concorrência para sua construção foi ganha pela Luxor Engenharia, de Indaiatuba, em 2014, orçada em R$ 28,8 milhões. No ano seguinte, em julho, a prefeitura anunciou que a escola estava sendo construída, e que receberia 600 alunos do Iº Ciclo do Ensino Fundamental (1ª a 5ª séries). Na época, a informação era de que o terreno passava por limpeza e terraplenagem.
Em abril de 2016 a história mudou. Notícia oficial da prefeitura afirmava que a escola era para 700 alunos e que ficaria pronta em 12 meses. Em agosto de 2017, 14 meses após a notícia de abril de 2016, a escola não estava pronta, mas a notícia oficial afirmou que “as obras estavam a todo vapor”.
A última notícia traz outra afirmação: que a arquitetura da escola facilita o aprendizado. Afirmação dúbia. A escola, que já está funcionando, tem três pavimentos, com rampas e elevadores. São quase 8 mil metros quadrados construídos no terreno de quase 14 mil metros. Tem até anfiteatro para 230 pessoas.
O que intriga muita gente na cidade é a estreita ligação da construtora com Louveira. A Luxor Engenharia construiu o anexo da Câmara, que foi orçado em quase R$ 17 milhões. Em 2008, a mesma empresa construiu Complexo Educacional Integrado de Louveira , no bairro Capivari, que custou R$ 6 milhões. Só que o Tribunal de Contas julgou o contrato irregular – a princípio a obra custaria R$ 4 milhões.
A Luxor fez outras pequenas obras nesse tempo. Ganhou a concorrência para a construção do Centro de Reabilitação, ao lado da Santa Casa, por R$ 30 milhões. A escola a ser inaugurada é mesmo coisa de faraós – até a construtora tem o nome de uma cidade que foi considerada o coração do Egito antigo, o dos faraós: Luxor.
