A chegada do inverno registra a queda nas temperaturas e a redução das chuvas são condições ideais para o ciclo reprodutivo dos carrapatos. Esses parasitas, se contaminados com a bactéria Rickettsia rickettsii, podem transmitir a febre maculosa, doença grave que pode levar à morte.
Apesar de menos de 1% da população dos carrapatos-estrela estar contaminada, é necessário que a população adote medidas preventivas para evitar a exposição desnecessária ao risco de ser picada pelos artrópodes. Na última semana, as equipes da Vigilância de Zoonoses passaram por capacitação para a identificação morfológica das formas imaturas dos carrapatos.
“Os exemplares jovens – ninfas e larvas – são as formas existentes em maior quantidade neste período de inverno. Pelo tamanho reduzido, são os mais difíceis de ser identificados, podendo parasitar o hospedeiro por maior tempo. Essa situação é crucial para a transmissão da doença, que é feita pela regurgitação do parasita enquanto suga o sangue da pessoa. Os carrapatos que podem transmitir a febre maculosa são do gênero Amblyomma e podem parasitar animais silvestres e domésticos, além dos humanos”, explica o gerente da Zoonoses, Carlos Ozahata.
Segundo ele, a capacitação para a identificação morfológica dos parasitas feita por especialistas no tema para técnicos da Zoonoses auxilia no trabalho de campo dos técnicos, já que os detalhes para a identificação dos carrapatos só são visíveis com o uso de microscópio.
Em 2018 foram registradas 40 notificações de suspeitas para a doença em Jundiaí, com apenas duas confirmações, sem mortes. Neste ano, até 7 de junho, a cidade registrava 16 notificações de suspeitas, sem casos confirmados.