A Justiça de São Paulo revogou nesta quinta-feira (17) a prisão domiciliar do médico Roger Abdelmassih, condenado a 174 anos, seis meses e 18 dias de prisão acusado de abuso sexual de suas pacientes em uma clínica de reprodução. A decisão é da juíza Andreia Brandão, da 3ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo.
O ex-médico foi autorizado a se tratar de um problema de saúde em casa. Mas uma nova perícia mostrou que ele pode fazer um tratamento médico ambulatorial na própria unidade prisional.
Na ocasião, a prisão domiciliar foi suspensa temporariamente e ele foi levado de seu apartamento nos Jardins, em São Paulo, para o Hospital Penitenciário de Santana, na Zona Norte da capital, onde permanece internado até o momento.
Agora, pela decisão, a juíza Andreia Brandão diz que Abdelmassih tem condições de retornar à prisão e pode ser levado a qualquer momento para um presídio, onde permanecerá em regime fechado cumprindo a pena pela qual foi condenado.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo irá definir para que presídio Abdelmassih será levado. A possibilidade é que ele retorne ao presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpriu parte da pena.
Suspeita de fraude
Abdelmassih tem 75 anos e estava há dois anos em prisão domiciliar devido a dificuldades de condições de saúde, problemas de coração e pressão alta.
Em agosto, Abdelmassih, que cumpria prisão domiciliar, foi levado ao hospital psiquiátrico sob suspeita de fraude.
A informação que temos é que ele deixava de tomar a medicação antes de passar a perícia oficial, o que alterava o resultado dos laudos. Eu vou partir da premissa e levar em consideração que o perito agiu de boa fé, e que foi induzido ao erro pelo estado clínico e a idade dele”, disse na ocasião o promotor Marcelo Orlando Mendes, da Vara de Execuções Penais de São Paulo, que acompanha o cumprimento da pena de Abdelmassih.