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quarta-feira, 24 abril, 2024

Leilão da sede do Floresta vira caso de Polícia, Justiça e Ministério Público

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Uma ação proposta por um dos sócios da Associação Atlética Floresta, da Vila Rami, motivou o juiz Marcio Estevan Fernandes a nomear um administrador judicial (interventor) para o caso. O autor da ação é José Antonio Regagnin. O administrador nomeado é o advogado Dirceu Cardoso. E após meses de auditoria, Dirceu entregou seu relatório à 4ª Vara Cível. O juiz Marcio Fernandes mandou o caso para o Ministério Público, que o mandou para a Polícia.

A história é escabrosa. O Floresta foi fundado em 1958 com finalidade de esporte e lazer. Com o passar dos anos, os sócios minguaram – coisa comum a todos os clubes. Sem mensalidades, o dinheiro foi acabando, e o Floresta ficou endividado.

Em dezembro de 2008, houve uma assembléia, onde foram reeleitos Antonio Caputti como presidente e Leonilzo da Costa como vice. Reeleitos, embora nunca tivessem sido eleitos anteriormente. Pra complicar: Caputti nunca foi associado ao Floresta e é analfabeto funcional, conforme escritura pública. Mal sabe assinar o nome.

Na ocasião, Caputti propôs a venda de parte do patrimônio do Floresta (área de 857m²), afirmando que já havia um comprador. Havia mesmo. Um ano antes, ele já havia assinado compromisso de compra e venda da área com frente para a rua São Francisco de Salles. O relatório do interventor é claro: a falsa assembléia foi inteiramente simulada para convalidar o desvio anterior de um imóvel que hoje talvez valha mais de R$ 2 milhões.

Essa mesma assembléia foi presidida por Cristiane da Silva, apresentada como secretária do Floresta, sem nunca ter sido. Talvez ela nem exista. Em novembro de 2009, o Circolo Italiano de Jundiaí assumiu o clube em regime de comodato, sem pagar um centavo de aluguel. Mas o Circolo assumiu pagamento de empregados, contas e outros encargos – coisa que nunca foi cumprida.

Um funcionário do clube, João Bernardino Machado, entrou com ação trabalhista para receber seus direitos. Na audiência, apareceu o suposto presidente, Antonio Caputti, sem procuração, sem qualquer documento. O Floresta foi condenado à revelia. A dívida com ele era de R$ 35.689,88.

Embora existissem equipamentos na academia de ginástica do Floresta e outros bens que pudessem ser penhorados e levados a leilão, foi penhorado o prédio principal, de 2.343,24m², avaliado por uma oficial de Justiça em R$ 2.100.000, embora valesse o dobro. O prédio foi leiloado em março de 2017 e arrematado por R$ 1.050.00 por Maurício Ferreira Moreira.

De posse do imóvel, o arrematante demoliu tudo.Os equipamentos da academia de ginástica foram levados para o Jabaquara Atlético Clube, na rua José Aielo 48. Tem mais rolo. O advogado Eduardo Guedes, valendo-se de procurações nulas assinadas pelo analfabeto Caputti, tentou em várias instâncias desbloquear os R$ 211 mil que estavam depositados em juízo, a título de honorários. Não conseguiu.

Outro rolo: O Circolo não está mais por lá. Em seu lugar apareceu a Confederazione Circolo Italiano Brasil, fundada em junho de 2018. E o diretor jurídico da Confederazione é o advogado Eduardo Guedes. Seu presidente é Mario Vittorio Scarppini.

No relatório, há a afirmação que, resumindo tudo, pessoas se juntaram para tomar o patrimônio do Floresta. No despacho, o juiz Marcio Estevan Fernandes cita “Considerando que o administrador judicial nomeado concluiu, de forma bastante convicta, que a sede da ré foi executada em praça quando a associação já não detinha capacidade de ser parte, tratando-se outrossim, de pessoa jurídica acéfala…” Agora é esperar para ver o que acontece.

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