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quinta-feira, 18 abril, 2024

Inúteis profissões

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Quem vê futebol na TV às vezes se pergunta: por que um narrador? Por que um comentarista? Na TV essas duas figuras são completamente dispensáveis. Ou até certo ponto. Em vez do narrador, alguém mais contido, que se limitasse a dizer somente o nome do jogador que está com a bola. O comentarista é inútil – não acerta uma.

Recomenda-se o estilo de Orlando Duarte. Ele, na TV Cultura, não dava palpites no jogo. Citava o jogador e nada mais. Narrador para o rádio é preciso, uma vez que ele está contando uma coisa que quem está ouvindo não está vendo. Mas e a TV?

Não é preciso o narrador dizer que fulano driblou. Ou que tomou falta. Ou que chutou longe do gol. Ou que marcou o gol. Quem está na frente da TV está vendo. O jeito é tirar o som da TV. Principalmente se o narrador for alguém como Galvão Bueno. Chato a não poder mais. Ou com um comentarista como o ex-jogador Casagrande.

O interessante é que essa gente dá palpite em tudo. Sabem mais. Eles têm solução para tudo. E então, por que não são técnicos? Fazem até previsões. Terminou o primeiro tempo, e o técnico tem de fazer isso ou aquilo. Tem de tirar tal jogador e colocar fulano. E erram feio.

Num determinado jogo, estava Casagrande soltando perdigotos, quando afirmou que tal jogador, que havia acabado de entrar, não iria resolver o problema do time. Mal acabou de falar, o sujeito fez um gol. Cinco minutos depois, outro gol. Casagrande mudou de assunto.

Galvão Bueno, tem-se a impressão, está em outro mundo. Todos estão vendo que o jogo está uma desgraça, mas ele continua narrando como fosse final de copa. Se for jogo da seleção, pior. Galvão é mais torcedor do que jornalista.

Isso para ficar somente no jogo. Há incontáveis programas na TV que discutem tudo o que acontece no futebol. Se o técnico acertou. Se tal jogador precisa ser convocado. São as tais mesas redondas, normalmente numa bancada quadrada. Alguns são insuportáveis. Dão febre em geladeira. Azia em Sonrisal. E só continuam arrotando suas teorias porque há quem veja.

Eles embolsam muito dinheiro. E à custa da ignorância que forma sua audiência. Não lhes faltam patrocinadores – as empresas gostam de anunciar seus produtos à plebe ignara, que acredita em tudo o que vê e ouve. É um círculo vicioso – a empresa paga pelo anúncio no horário; o entendido em futebol arrota suas teorias; quem assiste a tudo isso acaba se convencendo que tal produto emagrece, que outro lhe dará virilidade. Um verdadeiro pátio dos milagres.

E o público pode se preparar para dias piores. Muito piores. No próximo ano haverá as Olimpíadas de Tóquio. Vai aparecer muita gente entendendo de arremesso de dardo, arremesso de disco, maratona, natação. Essa gente vai analisar detalhes, como se soubessem. E por falar em Olimpíadas, alguns questionamentos.

Para que serve o salto com vara? Talvez para fugir de alguma prisão. Arremesso de dardo era válido no tempo medieval ou anterior. Hoje existe míssil, metralhadora. Pra que correr 42 quilômetros na maratona, se existem carros, aviões? Esporte olímpico deveria ser Truco, 21, Pôquer. Aí sim os comentaristas seriam dispensados de vez. No próximo jogo que você for ver na TV, experimenta tirar o som.

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