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sexta-feira, 29 março, 2024

Policial compra todos os bolos que venezuelano vendia na rua para ajudá-lo

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Empatia, a arte de se colocar no lugar do outro. Foi este sentimento que moveu o policial militar, Gustavo Rangel, a comprar todos os bolos de pote que o venezuelano Rodnney Gonzales vendia na rua, mesmo sendo intolerante à lactose.

A cena aconteceu em São José, na Grande Florianópolis, chamou a atenção de alguém que passava pelo local que bateu a foto e a imagem viralizou nas redes sociais.

“Eu estava realizando um policiamento fixo e observei que o cara com as crianças estava lá num sábado ensolarado vendendo seu bolo. O pátio estava deserto. Me veio à mente que por esta deserto, ia demorar um pouco para ele vender tudo e ir para casa descansar com as crianças. Então resolvi comprar todos os bolos”, conta o soldado da Polícia Militar Gustavo Rangel.

Rodnney, os três filhos e a esposa desembarcaram em Florianópolis em janeiro deste ano. Em setembro de 2018 deixaram Caracas, pois faltava dinheiro até para comida e foram para Boa Vista (RR), onde viveram na rua.

“Tinha que vender as coisas da casa, a televisão, geladeira, para completar e comprar o remédio ou completar e comprar comida. Viemos para cá. Não sabíamos o que era Santa Catarina. Foi coisa de Deus, do destino”, detalhou Rodnney.

Ele tem curso técnico superior em informática e está com dificuldade de encontrar emprego. Para pagar o aluguel e comprar comida, lembrou dos tempos de Roraima, quando sobreviviam vendendo bolos de potinho. Agora, todos os dias ele fica em frente a um centro comercial em São José vendendo os doces.

“Aí eu perguntei do bolo, ele disse que era sabor de chocolate. Perguntei o preço também, era R$ 5. Perguntou para mim quantos que eu ia levar. Eu disse: ‘vou levar todos’. Aí eles ficaram surpresos, as crianças ficaram admiradas e foi muito legal ter visto o sorriso delas ali vendo eu comprando todos os bolos. Fazer o que eu fiz, eu acredito que eu não mereço nenhum crédito e não mereço nenhuma recompensa”, relembrou Rangel. Ele levou onze potinhos de bolo.

“Aqui há brasileiro de coração grande. Ele é uma pessoa incrível”, respondeu o venezuelano.

Em busca de oportunidade

Toda a renda da família vem dos bolos, pouco mais de R$ 1,2 mil por mês. Só o aluguel, em São José, custa R$ 1 mil. A escola onde estudam dois dos filhos também ajuda com doações.

“Eu fiz a matrícula dos filhos dele. Poucas vezes eu vi um pai tão atencioso. E a gente começou a acompanhar essa família e viu que ele realmente precisa de um trabalho, as crianças precisavam de uma ajuda. Uma professora fez uma campanha em especial pra essa família, arrecadou muita coisa, levou pra eles”, conta a assistente de educação Leliane Zanette.

Esta semana, Rodnney e a esposa estão andando pelas ruas do Centro de Florianópolis entregando currículos. Ele até fez um cartão que distribui – oferecendo serviços como consertos, formatação, backups, instalação de software, instalação de câmeras de segurança.

“Sei que é preciso lutar, mas também acredito que Deus me dará este emprego e saberá quando for a hora certa de eu tê-lo”, afirmou Rodnney.

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